- Dúvidas sobre o destino de Jair Bolsonaro têm atarantado leitores que se manifestam para a Coluna. Eis algumas: como vai ser a vigilância do presidiário? Se for colocado, às expensas do contribuinte, num dos 51 imóveis que acumulou ao longo da carreira política que exerceu, terá segurança especial? Vai ficar com tornozeleira eletrônica? Poderá ver TV a qualquer hora? Jogar Tigrinho? Ver o que se escreve e se diz nas redes sociais? Serão instaladas câmeras para acompanhá-lo? Poderá pedir iFood e Zé Delivery? Se for designada uma das muitas casas que tem em condomínios chiques em Brasília e no Rio de Janeiro, vai poder frequentar áreas comuns? Poderá ir à piscina? Poderá fazer churrascos no deck? E academia, terá direito de frequentar? Será liberado para fazer caminhadas no condomínio? Tudo isso precisará ser apurado, pesado e medido e definido pelo Supremo Tribunal Federal.
Boca falou, boca pagou (é assim que se diz?)
É possível que ainda neste mês, passado o prazo de recursos e embargos para a decisão, haja definição sobre o local de recolhimento do presidiário Jair Bolsonaro. Anote: a medida é judicial, mas terá efeito político. A boquirrota base da extrema-direita na Câmara federal e no Senado deixará, como num passe de mágica, de chamar Lula de “presidiário”.
Em boca fechada não entra mosca
Sempre atento a assuntos políticos e jurídicos, o loquaz Ciro Gomes não deu ainda um pio sequer sobre o sentença aplicada pelo STF a Jair Bolsonaro e cúmplices no “núcleo crucial” do golpe de 8 de janeiro de 2023. Os aliados de Ciro também parecem portas: mudos e surdos.
Muro
O silêncio de Ciro e aliados tem a ver com as eleições de 2026 no Ceará. Se elogiarem a decisão do STF, estarão contrariando os bolsonaristas. Se criticarem, contrariarão “isentões” e a turma da centro-esquerda. É como se diz popularmente: “Se não dá para falar, melhor calar”.
Volta, taxa!
Pode parecer estranho, mas é fato: Fortaleza precisa urgentemente reativar a Taxa de Lixo. A cobrança foi instituída na (di)gestão de José Sarto (PDT) e, tão logo assumiu o Paço, o prefeito Evandro Leitão (PT) a eliminou.
Tá é sujo, viu?
O problema é que a cidade está carecendo com urgência de recursos que banquem a coleta e a destinação de lixo. Um passeio prosaico por bairros onde há imóveis caros, como Guararapes, ou onde haja mais baratos, como Aerolândia e Padre Andrade, mostra o tamanho do problema.
Fique ligado
O que o cidadão/contribuinte deve exigir de Evandro é o que não foi garantido por Sarto: transparência na gestão do dinheiro apurado para pagar a limpeza urbana. O assunto é delicado e passível de polêmicas, posto que envolve economia a política, mas é necessário que volte à pauta.
O luxo e o lixo
O que o cidadão/contribuinte não pode querer é que quem reside em condomínios de alto luxo, em regiões bem servidas de infraestrutura e recursos, que gera lixo em profusão, pague o mesmo que moradores de áreas carentes, que produzem poucos resíduos: nada.