- Sobre notas publicadas na Coluna de terça-feira última, indicando problemas graves sofridos pelo patrimônio histórico de Fortaleza, a Secretaria Municipal de Cultura se manifestou. E, como se diz, tirou o corpo fora. “Não existe registro nenhum de denúncia do Sr. Eliezer [Rodrigues, jornalista, presidente da Associação Cearense de Imprensa, que apontou danos de vândalos à estátua do escritor José de Alencar, no Centro da cidade] ou tentativa de audiência com a secretária sobre esse tema aqui na Secultfor. O Gabinete recebeu um pedido de audiência com a secretária [Helena Barbosa] para propor uma exposição em homenagem ao livreiro Geraldo [Duarte, falecido em setembro passado]. Esse e-mail foi respondido com agendamento de reunião com a secretária no dia 28/10 e indicando que se ele [Eliézer] não tivesse disponibilidade para a data a chefia de gabinete poderia recebê-lo em data anterior ou posterior. O Gabinete não teve retorno desse e-mail”.
Essa é – ou deveria ser – a regra
Havendo ou não falha de comunicação entre o presidente de uma importante entidade profissional e técnica e a secretária de Cultura de Fortaleza, o fato é que é necessária e indispensável uma reunião em que ambos os agentes possam expor demandas e projetos e firmar compromissos. O diálogo é saudável, inteligente e não pode ser atropelado nem trocado por bate-boca. Nem endurecido como uma estátua é.
Outra área
Diz mais a nota da assessoria da Secultfor: “A manutenção de praças e monumentos, via de regra, não é gerida pela Secultfor, salvo quando se trata de um patrimônio cultural municipalmente protegido (tombado). A Praça não é tombada pelo município, sendo a sua manutenção e dos elementos escultóricos feita pela Secretaria Regional da área”.
Nome aos bois
Assim sendo, oferece-se à ACI um caminho seguro a ser seguido – no caso, a Secretaria Regional do Centro. O titular da pasta chama-se Adams Gomes (foto abaixo), é filho do deputado Tin Gomes e já foi, como o pai, vereador em Fortaleza.
Mas peraí..
Mas é bom que se saiba: a Secultfor tem uma Célula de Gestão do Patrimônio Material, que integra a Coordenadoria de Patrimônio Histórico e Cultural. Por meio desses apêndices, garante a Secretaria, o caso tem sido acompanhado junto à Coordenadoria Especial de Apoio à Governança das Regionais.
Sopa de letras
A resposta da Secultfor envolve, além da própria sigla, outras que passam longe do conhecimento do cidadão-contribuinte: Cepam, CPHC, Cegor e Iphan. Será que misturando todas as letras e filtrando esse puro suco de burocracia poderá ser encontrada alguma mensagem como “Cuidem do patrimônio da cidade”?
Recursos
O orçamento do Governo do Ceará em 2026 deve chegar a R$ 48,1 bilhões. É essa a estimativa calculada pelo Palácio da Abolição e encaminhada no projeto da Lei Orçamentária Anual ao Legislativa. A dinheirama é assim definida: cerca de R$ 29,4 bilhões serão do Tesouro Estadual e R$ 18,7 bilhões virão de outras fontes.
Reajuste
Para 2025, o orçamento do Ceará elaborado pelo Governo e aprovado pela Assembleia Legislativa ainda em 2024 foi de R$ 41,3 bilhões. O acréscimo para 2026, então, é de 16,5%. Não se preveem aumentos de impostos, é bom que se diga.