A Coluna do Roberto Maciel: “Guimarães: um ‘puxão de orelha’ na política – bem dado e merecido”

• Partiu do deputado cearense José Guimarães (PT, foto acima), na hora certa e no local certo, um significativo puxão de orelha no dito “mercado” e dos parlamentares. Em pronunciamento na Câmara federal, onde exerce as tarefas de líder do Governo, Guimarães saiu-se com essa: “É assim que se governa: não para o mercado, mas para todo o povo brasileiro, olhando para todos, o de baixo, o do meio e o de cima, porque é disso que o Brasil precisa. É essa reconstrução que estamos fazendo. E vamos votar, até o final do ano, essas medidas aqui na Câmara dos Deputados”. A fala do líder vai muito além da retórica ordinária que se costuma registrar no plenário. Há conteúdos de responsabilidade e urgência os quais não podem ser abandonados. O governo encaminhou medidas ao Congresso que, estima-se, devem economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, além da reforma no Imposto de Renda para viabilizar aumento da faixa de isenção, a partir de 2026, para quem ganha até R$ 5 mil. Está aí uma relevância social inquestionável, que supera ideologias e simpatias. Isso não é pouco.

Chamamento
Não há uma declaração de guerra nem hostilidades outras no aviso de Guimarães. Há, sim, uma apreciação adequada. A menção à “reconstrução que estamos fazendo” deve, antes mesmo de aborrecer bolsonaristas, convidá-los à reflexão.

Tenho dito
José Guimarães está com um olho na maré política 2025 e outro na pauta legislativa. Sobre a reforma do IR, lembra: “É uma reforma neutra. Não aumenta nem diminui a arrecadação. É projeto de lei e não exige emenda constitucional. Pode tramitar no ano que vem, que está com agenda legislativa mais leve e não é ano eleitoral”.

Ataque covarde
Em paralelo à fala de Guimarães, quase que simultaneamente, o ministro Rui Costa (Casa Civil) denunciou um ataque especulativo cometido pelo mercado financeiro contra o Brasil. “Os números reais não correspondem ao ataque especulativo que estamos sofrendo”, diz.

Lado A e lado B
Rui avalia que o Brasil “vive duas realidades” – “a da economia real, que cresceu 3,2% no ano passado, vai crescer 3,5% em 2024 e que registra o menor desemprego da série histórica”. A outra é de quem planeja “auferir lucros extraordinários, tentando elevar artificialmente o preço do dólar e, consequentemente, encarecer as condições de vida das pessoas”.

“Mito”
Já virou ídolo bolsonarista o PM Luan Felipe Alves Pereira, psicopata que jogou um motoboy de uma ponte em São Paulo. “O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco”, escreveu na rede X, ex-Twitter, o senador Jorge Seif (PL-SC). Pela vontade de gente como Seif, Luan corre o risco de se eleger vereador, deputado federal e, claro, presidente da República.

Tudo a ver
Jorge Seif é aquele que disse que “peixes são inteligentes” e que teve caminhões da empresa da família flagrados carregando drogas em estradas do Sul do País.

O olhar da cidade a olhar a cidade

O jornalista, escritor e pesquisador Alberto Perdigão participa hoje do programa Percursos Urbanos, do Centro Cultural BNB. Ele apresentará o bairro Edson Queiroz, numa visita guiada. O ônibus com os participantes sairá do CCBNB (antigo Mercado Central) às 15h, retornando às 18h.

Contagem regressiva

Faltam hoje 25 dias, inclusive o do Réveillon, para o fim da gestão de José Sarto (PDT) como prefeito de Fortaleza.