- Leva a assinatura do IBGE o chamado “censo da fé”. Esse levantamento indica a distribuição de fieis por denominações religiosas no País – e acendeu o que para os católicos deveria ser um sinal de alerta. Diz o IBGE que 26,9% dos brasileiros entrevistados se identificam como “evangélicos”. A expressão se refere, de modo genérico, a qualquer aderente de cultos baseados no protestantismo. Trata-se, evidentemente, de uma real erosão dos alicerces que construíram a imagem de que o Brasil é “o mais país católico do mundo”. No entanto, é importante ressaltar que o crescimento desse contingente não diz respeito unicamente a conceitos de crença e devoção, mas invade também o campo político – o que pode produzir efeitos danosos ao grau de equilíbrio social. Nomes como Silas Malafaia, Magno Malta, André Valadão, Damares Alves, Edir Macedo e Valdemiro Santiago, entre muitos, não se limitam a bilionários empresários do setor, mas servem também para identificar pretensos teóricos da política que confundem, para um lado ou outro, preleções piedosas com discursos de ódio. Justamente quando se precisa acreditar num tempo novo, o que avançam são o rancor e os atritos.
Arrebatamento
O crescimento da legião de evangélicos teve um inchaço de 4,3 pontos percentuais entre 2010 e 2022. Saiu de 21,6% da população com 10 anos de idade ou mais e chegou agora aos expressivos 26,9%.
Deflação
O IBGE apontou que o ritmo de adesão a igrejas evangélicas diminuiu nas últimas décadas. De 1991 para 2000, o avanço foi de 6,1 pontos, passando de 9% dos brasileiros para 15,1%. De 2000 a 2010, o crescimento havia sido de 6,5 pontos percentuais (de 15,1% da população para 21,6%).
O outro lado
Mas é importante notar o crescimento das religiões de origem africana, como umbanda e candomblé: passaram de 0,3% em 2010 para 1% em 2022. Esse fato tem a mesma relevância do que se refere aos “sem-religião”, categoria que inclui quem não se identifica com denominações e quem não professa fé (ateus e agnósticos). Esses passaram de 7,9%, em 2010, para 9,3%, em 2022.
Não é um terço
As proporções de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto em cada grupo ficaram assim: espíritas (11,3%), umbanda e candomblé (19,9%), outras religiosidades (23,6%), sem religião (30,1%), evangélicos (34,9%), católicos (38%) e tradições indígenas (53,6%).
Novos caminhos
A Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará fez as contas e chegou a um dado preocupante: só em 2024 usaram-se lá 7.864 toalhinhas de papel. Isso representa, na prova dos nove da Seplag, mais de 600 árvores derrubadas em nome da higiene do pessoal. A causa é justa, tem a ver com saúde e limpeza, mas os métodos podem ser outros.
Responsa
Agora, a equipe da Seplag está cumprindo uma transformação: a do uso racional de produtos e recursos. A sustentabilidade está, aliás, na raiz das atividades da Secretaria. Somam-se nela as dimensões social, ambiental e econômica. E pode-se incluir outra: a política.
Recado dado
Lula (PT) publicou ontem nas redes sociais textinho dando conta de que é “o primeiro presidente brasileiro a visitar a sede da Interpol”, em Paris (França). E puxou a sardinha para a brasa nacional: “Fico ainda mais feliz por ser recebido por um brasileiro, que hoje ocupa o cargo mais alto da instituição, Valdecy Urquiza”. O petista recebeu da Interpol uma medalha por combate ao crime organizado.
Na mira dos tiras
A postagem de Lula tem endereço certo: a extrema-direita – a (ainda) deputada Carla Zambelli (PL-SP), bolsonarista abandonada pelo “líder”, está em vias de ser catada pela Interpol na Itália, para onde fugiu. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por violentar o sistema de computadores do Conselho Nacional de Justiça. Outros extremistas estão na mira da Interpol.