- Tem agora as digitais de Paulo Pereira, o “Paulinho da Força”, Aécio Neves e Michel Temer a barafunda política em que o Brasil está enfiado. Essa barafunda atende pelos nomes de “extremismo”, “radicalismo”, “fanatismo” e “irracionalidade política” – os quais a leitora e o leitor queridos podem sintetizar em “bolsonarismo” ou “fascismo”. Aécio, tucano rancoroso, mimado e de fama nada ortodoxa, se insurgiu em 2014 contra as urnas que elegeram Dilma Rousseff. Duvidou do TSE e pediu recontagem de votos. Logo anunciou oposição sistemática contra a presidenta. Conspirando com Temer, vice de Dilma, tramou o impeachment com a cumplicidade de um mafioso que ocupava a presidência da Câmara federal, Eduardo Cunha. A avalanche de descrédito e a tomada de postos da República por grupos criminosos, entre os quais milicianos e vigaristas, resultou no que se tem hoje: instituições ameaçadas, tentativas de golpes de estado, violência política e desesperança. Pois Aécio e Temer têm se reunido com Paulinho, relator do projeto de lei que prevê anistia para terroristas que em 8 de janeiro de 2023 tentaram tomar o poder no País. Chamam a manobra de “PL da Dosimetria”, como se o eufemismo mudasse o sentido pretendido. Responda seriamente: você acredita e confia em Paulinho da Força, Aécio Neves e Michel Temer?
Foi bonita a festa
O País se reencontrou domingo passado com a melhor tradição da resistência democrática. Aqui, ali e alhures as manifestações contra a PEC da Bandidagem, incluindo as de Fortaleza e de outras cidades cearenses, deram mostras importantes de que o campo progressista, no qual se incluem os partidos de esquerda e movimentos populares, estão articulados em torno de pautas de alta relevância e repudiando armações legislativas. Um ponto de destaque foi o de que questões como o fim da jornada de trabalho 6×1, a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a taxação das bets outras não ficaram de fora das atividades nas ruas. Parlamentar que entende mais do que casuísmos há de se ligar: está na mira do eleitor.
É por aí
O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Romeu Aldigueri (PSB), está botando a maior fé no Senado para que a Casa sepulte a PEC da Bandidagem, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados. “Essa medida envergonha a nação”, diz. “Na Alece, damos exemplo e estamos sendo cada vez mais transparentes, com a maioria das votações abertas, com o parlamentar dando satisfação do seu voto para o seu eleitor”. No fim das contas, Romeu está pressionando o Senado e estimulando os senadores a reagirem ao que fez a Câmara.
Zé Airton cá?
Algo ainda não explicado: o que fazia o deputado José Airton (PT) quando em 17 de setembro a Câmara federal aprovou a PEC da Bandidagem? Ele simplesmente não apareceu para votar nem justificou a ausência. Sabendo que a pauta era vital para o campo progressista e o País – que agora correm o risco de verem casas legislativas ocupadas por criminosos sequiosos por impunidade -, Zé tem muito o que explicar.
Fala nada com nada
E o deputado Jr. Mano (PSB), autor de um verdadeiro bololô de ideias tortas e palavras vazias para justificar o voto que deu pela impunidade? Reparem aí a organização mental do preferido de Ciro Gomes para o Senado: “O sentimento hoje, da Casa, do Congresso, junto ao STF tá dessa forma: não é ter impunidade, mas também ter uma forma de tratar a Casa, o Congresso, com mais respeito… Que tem hoje seus direitos, é, é… e principalmente aqueles que têm o poder de falar no parlamento, éééé, que têm hoje praticamente seus direitos, é, é, violados pela Constituição”. Entendeu? Eu também não.
Não vai ficar por isso mesmo*
Assim como Zé Airton, Domingos Filho (PSD) e Leônidas Cristino (PDT, cirista) também precisarão prestar contas por terem facilitado a vida da direita mais extrema e violenta que opera na política nacional.
Etapa
Terminou ontem a consulta pública da Secretaria das Cidades do Ceará sobre o projeto Malha D’Água. A Cagece será operadora provisória do Sistema Adutor Banabuiú, um dos pilares da proposta. A consulta recebeu dos consumidores comentários, críticas ou sugestões sobre o Malha D’Água.