A Democracia não pode ser levada a pagode; participar do poder exige respeito aos aliados e às leis

Texto do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvesNE:

O partido União Brasil é parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tem, mais uma vez, o comando do estratégico e poderoso Ministério das Comunicações. O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (MA) foi anunciado ontem como o novo ministro das Comunicações, substituindo Juscelino Filho, que teve de deixar o cargo por ter sido denunciado à Justiça pela Procuradoria Geral da República por fraudes com emendas parlamentares.

No mesmo dia do anúncio, feito pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, depois de reunião e Lula com Pedro Lucas, o pastor-bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que a articulação pela anistia dos criminosos de 8 de janeiro de 2023 havia conseguido 258 assinaturas de deputados para viabilizar a urgência do projeto – ou seja, uma a mais do que o mínimo necessário. Sóstenes, deputado federal ligado à Igreja Universal, é subordinado da extrema-direita e de Jair Bolsonaro. Quer livrar do xilindró não apenas uma leva de delinquentes, mas o chefe deles.

É aí que está o nó: entre os aderentes da maquinação pela impunidade de bandidos e golpistas, estariam parlamentares do União – justamente o partido que se manteve no gabinete de Lula. Outros, do PSD e do Republicanos, também teriam apoiado a armação. Planejou-se matar Lula, o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes; quis-se demolir a credibilidade das urnas, buscou-se aniquilar a vontade popular expressa pelo voto; visou-se a impor aos brasileiros um retrocesso às trevas de mais de 60 anos atrás.

A manutenção do engajamento do União Brasil na gestão federal obriga a sigla a retirar, sob pena de ser defenestrada por deslealdade ao governo do qual participa, todas as assinaturas que eventualmente foram dadas no documento.

Mais do que isso: fica o governo de Lula obrigado, para ao menos manter o autorrespeito, a determinar que o União Brasil, o PSD e o Republicanos retirem as adesões ou desocupem as salas que ocupam no Planalto. Tenta-se, de forma perversa com o País, amolecer as leis para soltar meliantes, faccionados e milicianos que pretenderam destruir a Nação no presente e no futuro.

Com Democracia não se brinca, afinal. E na política não é possível servir a dois senhores.

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