Por Roberto Maciel, jornalista:
O destino não é um idiota. Não acampa em frente a quarteis nem se fantasia de cavaleiro medieval, embora tenha lá o seu lado curioso. O destino é só o que é e dá às vezes a impressão de que é um brincalhão, um caráter irônico incorrigível. Para usar aqui uma expressão cheia da fala cearense, o destino costuma “frescar” com a gente.
Ontem e hoje ele fez mais outra das suas.
Pôs ontem, correndo de um lado para o outro, sem planejamento, sem disciplina nem inteligência, pessoas vestidas de amarelo, verde e azul. Um ajuntamento de cabeças-de-bagre. E as mostrou passando vergonha para o Brasil todo. Quem as viu lembrou inapelavelmente de expressões como “quatro linhas”, “capitão”, “ataque”, “conjunto”, “impedido”, “jogo duro”, “falta desleal”. Os mais antigos, sou capaz de apostar, recordariam da palavra “esquadrão”.
Era a seleção brasileira de futebol em campo contra a da Argentina. Cinco gols foram marcados na partida. Quatro para os argentinos, um para o Brasil.
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Mais cedo, advogados de Jair Bolsonaro e de outros sete participantes do golpe que se aplicou contra a Democracia brasileira em 8 de janeiro de 2023 – que poderia estimular vigarices extremistas do gênero em outros países, caso tivesse tido êxito – defenderam sem ânimo nem força aqueles que os pagam com rios de honorários.
No dia seguinte – hoje, aliás -, reunida, a Primeira Turma (montagem acima) faria outra contagem num placar também com cinco marcações, mas todas contra os adversários da Nação.
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E aí aparece o destino “frescando” mais uma vez: uma goleada contra os que, sem respeito nenhum às cores do País, fizeram papel de idiotas. Vestiram a camisa da seleção brasileira sem ter moral, honra e caráter para tanto e a usaram displicentemente e de forma irresponsável.
Mas o destino não brinca com coisas sérias, não faz piada com o que não9 pode, não ameaça nem range os dentes, só “fresca”.
O destino é só o que é.