Por Roberto Maciel, jornalista
Depois da reunião por videoconferência entre os presidentes Lula e Donald Trump, segunda-feira passada, um personagem ganhou o imaginário bolsonarista nas redes sociais: Marco Rubio (foto acima), secretário de Estado dos EUA, que cuida das relações externas do país. Rubio é filho de cubanos que deixaram a ilha três anos antes da Revolução de Fidel Castro. Foi senador republicano, fazia aguda oposição a Trump mas depois se converteu em aliado – transformou-se, assim, num dos mais proeminentes integrantes do gabinete da gestão atual da Casa Branca.
Seria ele, nos pensamentos toscos e mal formulados do bolsonarismo, um “salvador” enviado pelo destino.
Pois bem: por Trump ter indicado Marco Rubio para tratar da pauta brasileira junto aos EUA, inclusive com a perspectiva de dissolução do traiçoeiro e perigoso tarifaço com o qual se tentou inviabilizar a economia nacional para fazer vontades antidemocráticas de Jair Bolsonaro e dos filhos dele, há gente da extrema-direita avaliando que “Trump marcou um golaço” e que “Marco Rubio é um ‘cavalo de Troia'”. Acham que vai trair o chefe e correr para os braços de Bolsonaro. Vai achando…
Tudo isso, afinal, é papo-furado com o indisfarçável carimbo de imbecilidade. Afinal, já combinaram com Donald Trump e Rubio?
O fato é que Marco Rubio não dará um passo se não tiver a ordem do chefe. Não serão Eduardo “Bananinha” e Paulo Figueiredo, “bebê reborn de ditador”, que vão mandar nele.
Se for para ferrar o Brasil de vez, ele o fará. Se for para aliviar, também seguirá para o que for ordenado. O medo dos bolsonaristas é explicável: se Trump der para trás e abandonar Jair Bolsonaro, ficarão os extremistas da direita na orfandade? Deverão já organizarem procissões e acampamentos para levar maçãs, cigarros e visitas íntimas para o “mito” na Papuda?
Marco Rubio não vai querer virar herói dos confusos, oportunistas, aproveitadores e desinteligentes bolsonaristas do terceiro mundo. Não deve ter sido fácil para ele se aproximar de Trump e do poder; não deverá ser difícil para ele chutar Bolsonaro e se manter com Trump e o poder.