Ex-deputado estadual, ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda da Integração e ex-deputado federal, além de ex-candidato a presidente da República. Ex-filiado ao PMDB, PSDB, PPS, Pros e PSB. Teve laços com Arena, PDS e PFL. Está hoje no PDT. Passou pela equipe de administração de um parque aquático nos arredores de Fortaleza. É formado em Direito, advogado e professor.
Esse é Ciro Gomes (foto).
Com currículo tão longo, com tantas e tão ricas oportunidades locais e nacionais de fazer política e de aprender a se afastar de armadilhas que costumam surgir em cada corredor do poder, pega até mal – e muito mal – para Ciro sair por aí reclamando de ter sido “passado para trás” por antigos aliados ou mesmo por familiares.
A vocação para ser enganado, convenhamos, não cai bem para político nenhum nem para intelectual que pretenda ser reconhecido como tal. Menos ainda a imagem de constantemente iludido.
Ciro deu nesta semana longa entrevista matutina à TV Cidade de Fortaleza, campo teológico (podemos dizer assim?) da Igreja Universal do Reino de Deus e político de grupo financeiramente poderoso que atua também em negócios imobiliários. Voltou a se queixar de ter sido vítima, sempre vítima, de armações.
Não se limitou a analisar conjunturas. O que fez, muito mais, foi despejar choramingos e imprecações a torto e a direito. Atacou com toxicidade os candidatos a prefeito de Fortaleza que não estão no seu arco de alianças, favorecendo assim José Sarto (PDT), criticou o Governo Federal e o presidente Lula e apontou o dedo para o ministro Camilo Santana.
Nem os irmãos escaparam do rancor de Ciro. Mais um pouco e teria dito que foi traído por Juraci Magalhães.
Se Ciro Gomes fosse candidato a alguma coisa – não é e não se sabe se será mais alguma vez na vida – poderia entrar numa encrenca judicial, mais uma!, e levar consigo a emissora que o acolheu com docilidade e simpáticos questionamentos.