A água das ruas já baixou em boa parte da zona sul de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Com o novo quadro, começou a limpeza das casas. No bairro Menino Deus, as calçadas ficaram cheias de móveis, colchões, eletrodomésticos, livros e todo o tipo de objeto que algum dia já teve valor, mas que agora vai para o lixo.
Há, ainda outra enchente a preocupar autoridades, técnicos e a militância que está cuidando da cidade: é a de fake news. Um grupo liderado por dois filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo e o vereador Carlos, estão circulando por Porto Alegre, inclusive usando jet skis, e gravando vídeos com informações distorcidas.
Abaixo, informações da Agência Brasil, com texto do jornalista Vladimir Platonov:
Enchente inutilizou vários pertences de moradores de Porto Alegre. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
“Eu tinha vários livros em casa e eu esqueci de levantá-los quando saí daqui. Quando eu fui lembrar, já não tinha como entrar”, disse o geólogo Evandro Oliveira. O motorista Joel Vargas não escondeu sua frustração diante dos prejuízos. “Tudo é lixo. Tudo quebrado, tudo demolido. Não se aproveita nada”.
A aposentada Marlene de Souza também lamentou a perda de seus pertences. “Está tudo com gosto, cheiro de esgoto, tudo podre”.
Com a redução no nível da água, um novo exército entra em operação. São centenas de homens e mulheres com uma única missão: retirar das ruas toneladas de lixo e de lama.
As centenas de toneladas de objetos destruídos pela água estão sendo retirados com auxílio de retroescavadeiras e pás mecânicas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), 3.500 pessoas estão envolvidas no trabalho de limpeza e recuperação da cidade. Do dia 6 de maio para cá, somente onde não estava alagado, já foram recolhidas 910 toneladas. Esse número vai aumentar muito conforme as ruas forem secando. Nesta primeira etapa, estão sendo utilizados 300 veículos pesados, incluindo retroescavadeiras, pás carregadeiras e caminhões basculantes. Mas o trabalho principal, como varrição e raspagem das ruas, retirando manualmente a lama que se acumulou, é feito pelos garis.
“Temos 3.500 garis trabalhando em três turnos e um maquinário muito pesado sendo usado na remoção dos resíduos”, explicou o diretor-geral da DMLU.