Em plena campanha salarial, os bancários estão reivindicando aumento real na mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O Comando Nacional dos Bancários se apoia na justificativa do lucro crescente dos banqueiros e nas condições favoráveis, com inflação controlada e mercado de trabalho aquecido, para conquistar seus objetivos.
A categoria quer reajuste salarial com aumento real, ou seja, acima da inflação, de 5%. Também pede reposição da inflação e aumento real de 5% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e demais verbas como auxílio-creche/babá; e reajustes maiores nos vales alimentação e refeição.
“O setor bancário é um dos mais lucrativos e rentáveis da economia brasileira e tem todas as condições de atender à reivindicação da categoria por aumento real. Entre 2003 e 2023, o lucro dos cinco maiores bancos cresceu 169% acima da inflação, e a rentabilidade média também tem ficado invariavelmente muito acima da inflação, em média 2,5 pontos percentuais acima, e isso mesmo durante a pandemia. Portanto, não há qualquer desculpa para que os bancos não valorizem seus trabalhadores e trabalhadoras, que constroem diariamente esses excelentes resultados”, avalia Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando.
Fenaban hesitante
Apesar dos números dos últimos anos, a representação patronal hesita nas negociações. Depois de diversas rodadas de negociação, a Fenaban alega gastos altos com acordo coletivo em âmbito nacional e reclamou da concorrência do setor e da rentabilidade.
Após a reunião da última semana, o Comando que representa a categoria convocou um dia de mobilização para esta segunda-feira (12). O objetivo é pressionar os patrões antes do próximo encontro, previsto para esta terça-feira (13). “Nós queremos uma proposta completa que traga já os índices em cima da nossa remuneração total, que traga as devolutivas”, explica Ribeiro.