Por Roberto Maciel, jornalista, editor do portal InvestNE:
Não sai da boca dos opositores do Planalto no Congresso Nacional a ameaça de instauração de uma CPI para investigar o roubalhão de mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS. Diante do que é atribuído à gangue de Antônio Carlos Camilo Antunes (ou “Careca do INSS”), a golpista e ex-advogada Georgina de Freitas, que nos anos 1990 teria surrupiado R$ 2 bilhões dos beneficiários do órgão, seria uma pobre-coitada. Não passaria de uma velhinha de Bíblia nas mãos. Georgina morreu em 2022, justo quando o grupo do “Careca” fazia farra com dinheiro alheio, mas nunca deve ser esquecida.
Hoje (30.4), a oposição deve anunciar às 11h30min, em Brasília, o que deve fazer sobre o tema. E a CPI é, realmente, uma hipótese a se considerar. As assinaturas necessárias para instauração já teriam sido obtidas.
A estratégia não é inteligente, mas não é inteligência o que se pode esperar as oposição mequetrefe que deambula pelas redes sociais com mais fluência e empáfia do que as que apresentam nos parlamentos.
É claro que uma CPI dessa natureza vai arranhar a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2023-), mas não vai deixar por menos para o período de Jair Bolsonaro (PL, 2019-2022). O fato é que a gangue de ladrões de velhinhos já atuava, e com desenvoltura ímpar, desde o primeiro dia da gestão anterior. Ou seja, porque apenas tisnar Lula e ferrar de vez Bolsonaro? Sim, inteligência não é mesmo o forte da oposição mequetrefe.
Há ainda um fato histórico a ser recordado: a CPI do Golpe de 8 de Janeiro, requerida pelo histriônico André Fernandes (PL-CE), em vez de assegurar palanque para bolsonaristas dizerem aberrações, serviu mesmo foi para oferecer bases para que os governistas humilhassem publicamente os adversários e garantiu para a Justiça e a Polícia Federal elementos sólidos para enfiar na cadeia pequenos e grandes peixes antidemocráticos.
A situação de Bolsonaro, que teve de “meter o atestado” para tentar (sem conseguir) escapar no hospital de citação do Supremo Tribunal Federal, era ruim? Era, e é. Mas pode piorar muito com os aliados que ele tem.