Ciro Kelmon e Padre Gomes

Por Roberto Maciel, jornalista, editor do portal InvestNE:

Misturo os dois no título acima – Ciro Ferreira Gomes e Kelmon Luis da Silva Souza – porque a substância do bolsonarismo os contêm, os une e os sustenta. Mas há similaridades que, aos admiradores de um e outro, deveriam mesmo era incomodar. Ambos são figuras satélites do bolsonarismo, a versão do fascismo pós-moderno no Brasil. Ambos cortejam os mais radicais protagonistas, ou líderes, da direita patológica e entreguista no País. Ambos não têm forças para se manifestar independentemente nem sobre o resultado de uma partida de futebol no estádio do Junco. Ambos são o oportunismo em estado bruto.

Ciro se arroga de pertencer à intelligentsia nacional. Kelmon, mesmo referenciado como “padre de quermesse”, atribui para si a figura de homem de fé.

Nenhum dos dois, no entanto, deu uma palavra sequer sobre a mais terrível agressão que os brasileiros já sofreram de um governo estrangeiro, cometida por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, contra a economia nacional. Comparável à violência do ataque de Trump, líder de (mau) caráter fascista que chantageia o Brasil com uma tarifa de exportação de 50% para quaisquer produtos, só se tem notícia do boicote a vacinas promovido por Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19.

Sabe-se, com dados técnicos e pela História, que mais de 700 mil homens, mulheres e crianças morreram em decorrência do boicote e do descaso governamental e de Jair Bolsonaro com a covid-19. Bolsonaro, não é de espantar, é o beneficiário do sequestro que Donald Trump está protagonizando.

Pois é o que é: Ciro Ferreira Gomes e Kelmon da Silva Souza não guardam diferenças essenciais entre si. Não falam por excesso de timidez nem por desconhecimento de temas graves – ambos já tentaram até ser presidente da República, mais servindo de “escadas” à pantomima política-eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022 do que se expondo como competitivos postulantes.

Ao contrário de distinções, Ciro Kelmon e padre Gomes esbanjam semelhanças. Bolsonaro, a agressão de Trump e o fascismo agradecem ao silêncio, à tibieza e à irresponsabilidade deles.