Por Roberto Maciel, jornalista:
A semana começa com a expectativa, sempre renovada e luminosa, de o ex-presidente golpista Jair Bolsonaro, bandido que tentou assaltar a Democracia e planejou matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, ser finalmente trancafiado no presídio da Papuda, em Brasília.
O Complexo Penitenciário da Papuda fica a apenas 16,9 quilômetros da Praça dos Três Poderes, onde criminosos orientados por Bolsonaro protagonizaram cenas inesquecíveis de destruição da Pátria e das sedes das instituições que preservam para o povo e para o País a ideia de Nação: a Presidência da República, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário.
Fica mais perto ainda do condomínio Solar de Brasília, luxuoso aglomerado de mansões onde hoje mora – por enquanto – Jair Bolsonaro. São apenas 8,7 km de distância. Esse será o percurso que terá de cumprir a devota e piedosa evangélica Michelle Bolsonaro se quiser visitar o marido.
A Papuda tem capacidade para acolher 5,3 mil presos.
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Mas esse não é o único assunto que deve mover por ora atenções populares.
É que deve haver, sim, preocupações também com os presidiários que hoje já cumprem pena nas cinco unidades que compõem o Complexo Penitenciário da Papuda. É legítimo que se observe isso, até porque nenhum dos cerca de 5 mil detentos atualmente recolhidos lá merece, além das penas a que foram sentenciados, contato com pessoa do naipe de Jair Bolsonaro.
Diz a Constituição Federal: “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (…) É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; (…) A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade”.
Isso posto, cabe-nos lembrar que não deixar Bolsonaro contaminar com o vírus do crime quem cumprindo medidas legais, é um risco para o êxito das penas e uma contradição.
A capacidade de ele ser péssima influência para traficantes, ladrões, pedófilos e vigaristas é gritante e as autoridades precisam, antes de deixá-lo em contato com a massa carcerária, se precaver do mal que o mau pode causar.
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Não se conhece nada de positivo feito por Bolsonaro nos mais de 15 anos de serviço no Exército Brasileiro (1973-1988) e nos 30 anos (1988-2018) em que se pendurou na vida parlamentar. Muito menos nos quatro anos em que ocupou, como o 38º presidente da República, a cadeira do gabinete 01 do Palácio do Planalto.
Por que alguém vai achar que, preso, vai desempenhar algum serviço que preste?
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Note-se que os detentos da Papuda têm, pelo menos em tese, de se dedicar à ressocialização. Que estão agora passando por um processo de reeducação. Que estão refletindo sobre o que fizeram de errado, pelo confronto que empreenderam em desrespeito à lei.
Esses precisam ter a dignidade preservada. Precisam estar afastados da pressão negativa. Será de alto custo para a sociedade colocá-los em contato com uma pessoa como Bolsonaro.


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