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Documentário resgatará o legado musical do artista plástico e compositor Batista Sena

Classificado no último edital de audiovisual da Lei Paulo Gustavo, lançado pela Secretaria da
Cultura do Ceará (Secult Ceará), a proposta de documentário intitulada Batista Sena: traços,
canções e a Banda Chá de Flor pretende resgatar a memória do artista plástico e compositor
cearense Batista Sena. Artista nascido em Camocim que junto com Luiz Hermano, Siegbert
Franklin, Zé Tarcísio e Bené Fonteles inovaram o cenário das artes plásticas cearenses na
década de 70 em Fortaleza. Além do trabalho do artista como pintor e desenhista, o
documentário pretende revelar e tirar do apagamento o legado musical de Batista Sena que,
por mais de uma década, liderou a banda cearense Chá de Flor.

Com produção cultural de Ângela Maria Madeiro Leitão do Instituto Brinquedim de Inclusão
Cultural e sinopse, roteiro e direção do documentarista cearense Paulo Wagner, o filme terá
como fio condutor a cena cultural da década de 70 em Fortaleza, cena influenciada pela
contracultura, pelo rock’n’roll e blues e pelos movimentos artísticos que eclodiram no Brasil
após o Tropicalismo. O documentário trará uma abordagem poética, expositiva e histórica cuja
narrativa será realizada a partir das composições musicais de Batista Sena em versões curtas,
cantadas e instrumentais, um acervo musical que servirá de mote para refazer a trajetória do
compositor e artista plástico que se destacou pela originalidade e beleza de suas canções e
pelo seu traço como desenhista do surreal e do fantástico.

O filme revelará o rico acervo deixado por Batista que, em parte, é preservado pelo Museu do
Brinquedim em Pindoretama. Além das imagens e outros materiais pesquisados, o
documentário prevê depoimentos como do cantor João do Crato, ex-integrante da Banda Chá
de Flor que é considerado uma memória viva do legado musical deixado por Batista, dos
músicos Ronald Carvalho e Heriberto Porto, ex-integrantes da banda, de personalidades do
universo musical da época como o cantor Lúcio Ricardo e a cantora Mona Gadelha, autora da
dissertação de O Perfume Azul, artífice da ruptura: transgressão na cena rock de fortaleza nos
anos 70. Merecerão destaque no documentário, ainda, os depoimentos de Luís Hermano, de
Madalena Sena, irmã e apoiadora que acompanhou Batista desde os primeiros passos, do
artista plástico Dim Brinquedim, que se iniciou nas artes pelas mãos de Batista e ganhou
notoriedade.

Segundo o documentarista Paulo Wagner que, além de assinar o roteiro e a direção do
documentário Batista Sena: traços, canções e a Banda Chá de Flor, teve poemas musicados
pelo artista, “o filme contará com um trabalho de produção e edição primoroso e pretende de
maneira poética e surpreendente tirar do apagamento a memória de um artista cearense que
merece pleno reconhecimento contemporâneo de seu legado artístico e musical, não apenas
das novas gerações, mas além das fronteiras culturais do Ceará”, conclui.

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