Indicador do Dieese mostra melhora no mercado de trabalho no Brasil

Da Rede Lado, coletivo de profissionais do Direito e da Justiça Trabalhista:

A redução da taxa de desocupação e de desalento, o aumento do rendimento médio, do emprego formal e do número de contribuintes à previdência no país puxaram para cima o Índice da Condição do Trabalho (ICT), indicador criado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para sintetizar a situação do trabalho no país. O índice chegou a 0,64 no 4º trimestre de 2024, uma alta de 0,07 em relação ao mesmo período de 2023. 

O estudo avalia três aspectos: a inserção ocupacional (formalização do vínculo de trabalho, contribuição para a previdência, tempo de permanência no trabalho); a desocupação (desocupação e desalento, procura por trabalho há mais de cinco meses, desocupação e desalento dos responsáveis pelo domicílio); e o rendimento (rendimento por hora trabalhada; concentração dos rendimentos do trabalho). Quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor a situação geral do mercado de trabalho. O índice toma por base dados da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Entre os fatores que puxaram para cima o índice de 2024 está o crescimento nas dimensões Desocupação (de 0,74 para 0,83) e Rendimento (de 0,56 para 0,65), principalmente. Na dimensão Inserção Ocupacional houve também uma pequena variação positiva, de 0,43 para 0,44. 

Apesar dos resultados positivos, a distribuição ainda desigual dos rendimentos do trabalho e a desaceleração na geração de empregos formais impede avanços mais significativos. A precarização do trabalho é o principal obstáculo para que o ICT-Dieese volte a patamares próximos ao período anterior à crise de 2014-2015, devido à diminuição dos empregos com carteira assinada e dos empregos públicos na ocupação. 

Renda aumentou 

Uma das variáveis que puxa o ICT-Dieese para cima, a melhora no rendimento domiciliar médio no país chegou a 4,7% em 2024, o terceiro ano seguido de alta. A combinação entre expansão dos programas sociais e maior apoio do mercado de trabalho é a responsável pela melhora nos números. 

Com isso, o consumo nos lares brasileiros aumentou 2,48% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados. Além do aumento no rendimento, estímulos governamentais, como a liberação de 12 bilhões de reais via saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a distribuição dos montantes do programa Pé-de-Meia, colaboraram com o avanço.

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