No mercado financeiro, os investimentos em ativos culturais ainda não são tão comuns quanto em outras áreas. No entanto, representam uma oportunidade para diversificar um portfólio e apostar em ativos com grande potencial de valorização a longo prazo. De acordo com a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), o setor brasileiro de arte alcançou um faturamento de R$ 2,9 bilhões, apresentando um desempenho positivo, mesmo diante dos impactos da pandemia.
Contudo, o mercado artístico também enfrenta desafios, principalmente no que diz respeito a questões financeiras irregulares. Por isso, é fundamental conhecer algumas dicas para investir com segurança nesse segmento.
Pesquisa Revela Cenário Atual do Mercado Artístico Nacional
Uma pesquisa recente aponta que a digitalização dos ativos culturais tem sido um fator decisivo para o crescimento do setor. Entre 2018 e 2023, as vendas em plataformas digitais cresceram de 8% para 20%.
Além disso, 77% das transações ocorreram com compradores locais. No entanto, os produtos exportados tiveram um aumento de 24% nas receitas, o que indica que o Brasil está atraindo cada vez mais a atenção internacional.
Por outro lado, a concentração da atividade artística no Rio de Janeiro e em São Paulo se configura como um obstáculo para a expansão do mercado. O alto custo logístico e outras burocracias também são dificuldades para o crescimento do setor.
Cuidados ao Investir em Ativos Culturais
Embora esse tipo de investimento ofereça boas oportunidades, ele também envolve riscos. Alguns pontos importantes a serem considerados antes de realizar investimentos incluem:
- A natureza do valor artístico: Investir em ativos culturais exige compreensão do valor subjetivo da arte, que é influenciado pela percepção do mercado e pelas tendências atuais.
- Desafios da regulamentação e anonimato nas transações: a falta de regulamentação rigorosa pode abrir portas para práticas ilegais, como a lavagem de dinheiro e a falsificação. Dessa forma, a ausência de controles dificulta a verificação.
- Freeports: são zonas livres de impostos, muito usadas para armazenar obras de arte. Apesar de vantagens fiscais e de segurança, essas zonas podem ser utilizadas indevidamente, dificultando o rastreamento dos ativos e aumentando os riscos associados.
- Manipulação do valor por transações repetidas: transações entre intermediários podem ser usadas para inflar artificialmente o valor de uma obra, criando uma falsa valorização e levando investidores a acreditar que uma peça tem mais valor do que realmente possui.
Dicas para Evitar Irregularidades
Diante das dificuldades de regulamentação, os ativos culturais podem ser alvo de práticas fraudulentas. No entanto, existem medidas que ajudam a minimizar esses riscos e a garantir aquisições seguras.
Ao escolher a obra de arte, é essencial optar por vendedores e artistas com uma reputação consolidada no mercado. Além disso, é importante avaliar toda a documentação necessária para confirmar a legitimidade da peça.
Especialistas também sugerem verificar o local de armazenamento da obra, prestando atenção especial se for um freeport, onde os cuidados devem ser redobrados. Preços muito altos também devem ser vistos com desconfiança.
Com essas estratégias, é possível acessar o mercado da arte de forma segura, aproveitando as oportunidades de valorização oferecidas por esse segmento. Mesmo com os riscos envolvidos, investir em ativos culturais pode ser uma forma de adquirir um bem valioso e com potencial de crescimento.