Milei consegue sobrevida: dólar oscila e peso argentino cresce 10% após eleição de domingo

Da Oz Câmbio, empresa de monitoramento de mercados e consultoria e assessoramento financeiros:

As movimentações no cenário político internacional geraram reações expressivas nos mercados cambiais da América Latina. Um dos principais destaques foi a volatilidade do dólar em relação ao real, influenciada pelo recente encontro entre os presidentes Lula e Trump. Apesar das altas expectativas, o diálogo não trouxe avanços concretos, resultando em certa frustração para os agentes econômicos. Isso contribuiu para um momento de queda do dólar frente ao real, também impactado pelo ambiente externo e sinais do Federal Reserve sobre a manutenção dos juros americanos.

Outro ponto relevante foi o salto de 10% do peso argentino após o desempenho favorável de Javier Milei nas eleições de meio de mandato. Sua vitória reforçou a percepção de uma guinada pró-mercado no país, trazendo entusiasmo e otimismo aos investidores. Este movimento também reflete um contexto mais amplo de crescimento do espírito liberal em outras economias da região, especialmente após sinalizações de reformas e abertura institucional por novas lideranças.

No contexto interno, destaca-se a influência desses acontecimentos sobre o apetite ao risco nos mercados emergentes. O real conseguiu se valorizar pontualmente, beneficiado tanto pela diminuição da aversão ao risco global quanto pela perspectiva de continuidade no ciclo de queda da inflação no Brasil. Fatores internos, como o Boletim Focus, trouxeram projeções mais positivas, com a inflação sendo revista para baixo pela quinta vez consecutiva, o que reforça o cenário de fortalecimento da moeda brasileira frente ao dólar.

A soma desses acontecimentos evidencia o papel das lideranças políticas e decisões macroeconômicas na dinâmica dos mercados de câmbio. O fortalecimento do ambiente pró mercado, aliado à perspectiva de inflação controlada no Brasil, aponta para maior previsibilidade e confiança dos investidores. Por outro lado, incertezas no diálogo entre grandes potências e possíveis mudanças institucionais seguem exigindo monitoramento atento por parte dos agentes econômicos brasileiros.