Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:
Está no ar, feito mau-cheiro, um esforço danado de direitistas e simpatizantes da direita-extrema de queimar a imagem da primeira-dama do País, Rosângela Lula da Silva, a “Janja”. De tostar, aliás, de incinerar. Dizem os detratores que ela se intromete em assuntos do Estado sem ter habilitação nem outorga institucional ou constitucional para isso, que age diferentemente de Marisa Letícia, primeira esposa de Lula, falecida em 2017 e tida como “discreta” e “comedida”.
Janja cometeu o que muitos não perdoam nem perdoarão jamais: opinou para o marido sobre a artimanha pretendida pelos vigaristas que pretendiam dar um golpe em janeiro de 2023, destruir a Democracia no Brasil e tomar o poder para as quadrilhas que integram. Queriam que Lula se fragilizasse decretando uma GLO no meio da crise que os velhacos mesmos geraram.
Janja influencia decisões, sim, socióloga que é e militante de esquerda e de causas feministas. Tem competência e oportunidades para tanto.
Sobre a Garantia de Lei e da Ordem, instrumento de segurança que pode ser usado pelo presidente da República em situações de crise aguda, Janja teria avisado: “É tudo o que eles querem”. O relato foi feito pelo próprio Lula no documentário “8/1 – A Democracia Resiste”, da emissora GloboNews.
As palavras de Janja levaram Lula a refletir e a descartar essa opção de ação. Se o fizesse, teria aberto porteiras para que os criminosos ocupassem o mando: “Se eu dou autoridade, eu teria entregado o poder a eles”, observou Lula no documentário.
Bendita Janja! Atentou na hora certa e no lugar certo para a armação que a imundície golpista tentava jogar sobre o País.
Por isso, Janja tem sido não apenas comparada com Marisa Letícia, mulher de fibra, sem recursos acadêmicos mas dotada de inquestionáveis companheirismo e experiência de luta. Vez em sempre é acusada de manobrar contra o governo e ministros. Pior: chega a ser comparada com Michelle Bolsonaro, personagem engajada no evangelismo preconceituoso e figurante de negócios (pra lá de) obscuros, tanto presentemente quanto outrora.
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O que há é uma injusta campanha contra Rosângela Lula da Silva. É um jogo desleal, parido por quem é cúmplice do poder paralelo, subterrâneo, sombrio e de interesses escusos.
Usam redes sociais para viralizar ataques e multiplicar ofensas, utilizam a mídia convencional e conservadora para coonestar a misoginia. Usam tribunas de parlamentos para dar cor política à tez da violência de gênero. Foi o mesmo que fizeram para pintar como corajosos, leais, éticos e honestos os escroques da Lava-Jato, num óbvio sentido inverso.
Joga-se um jogo parido de ventre duvidoso e acolhido e embalado por inocentes úteis, que pegam corda, e que iludem-se achando que agredi-la e aplaudir agressões agressões a ela é ser isento.