PF aponta deputado cearense Júnior Mano como manipulador de votos em 51 municípios e de desvio de emendas parlamentares

Investigação da Polícia Federal indica o deputado federal cearense Júnior Mano (PSB, foto acima) como participante com “papel central” em crime de manipulação de eleições municipais em 51 cidades no Ceará por meio de compra de votos. A PF também apurou a ação dele em desvios de recursos de emendas parlamentares, mostram documentos obtidos pelo UOL. Mano nega as acusações.

Confira abaixo informações publicadas neste domingo pelo portal de notícias UOL:

A PF conclui a investigação de um inquérito em relação às operações “Mercato Clausu” e “Vis Occulta” no dia 18 de dezembro. Inicialmente, a corporação apontou que um amigo do parlamentar —o prefeito eleito de Choró (CE), a 180 km de Fortaleza, Carlos Aberto Queiroz Pereira (PSB), o Bebeto do Choró ou Bebeto Queiroz— seria o líder uma organização criminosa de compra de votos e lavagem de dinheiro a partir de contratos de prefeituras do estado com empresas de fachada.
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“A autoridade policial apresentou relatório indicando também a participação do deputado federal Junior Mano (…), o qual exercia papel central na manipulação dos pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”, escreveu Flávio Vinícius Bastos, juiz da 3ª Zona Eleitoral de Fortaleza. 
“Ademais, apontou indícios de que o deputado estaria diretamente envolvido no desvio de recursos oriundos de emendas parlamentares, utilizados para alimentar o esquema e consolidar sua base de apoio político”, continuou o juiz em decisão de 19 de dezembro. 
Júnior Mano disse à reportagem que “é vítima do uso indevido de seu nome e confia plenamente nos poderes constituídos para o reconhecimento de sua total inocência”.
Levantamento do UOL mostra que quase a metade (45%) das emendas individuais do deputado, entre 2021 e 2024, foi na modalidade de transferências especiais, chamada de “emenda Pix”, quando não há necessidade de apresentação de um plano de trabalho prévio. Foram R$ 47 milhões dessa maneira, num total de R$ 104 milhões em emendas, de acordo com o Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento (Siop).
(…)

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