Presidente da CNI defende negociação e prudência com os EUA; e se cala sobre a cumplicidade entre os bolsonaros e Trump

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu negociações com os Estados Unidos antes de o Brasil recorrer à retaliação imediata – conforme a Constituição permite. “Antes (de retaliar), é preciso esgotar toda e qualquer possibilidade de negociação”, disse. A posição é consenso no setor e foi definido em reunião virtual entre os presidentes de federações da indústria.  Alban, assim como os demais, não fez considerações sobre os esforços do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no STF por crimes contra a pátria; e dos filhos dele, Eduardo e Flávio Bolsonaro, parlamentares federais, para estimular os Estados Unidos a abrirem uma guerra contra o País. Também não teceram comentários sobre o papel do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na trama contra os brasileiros e as empresas nacionais.

Abaixo, informações da CNI:

Ricardo Alban participa de encontro entre empresários e autoridades no Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para discutir a estratégia de resposta do país às medidas da Casa Branca, com a presença dos ministros Geraldo Alckmin (MDIC), Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). 

Indústria reitera pedido para adiar início da taxação  

O dirigente também reforçou o pedido para que o governo articule juntos aos Estados Unidos uma ampliação de 90 dias para o começo da vigência da nova tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros. 

“Estamos falando aqui só de perde-perde. Não tem ganha-ganha. Perde a indústria, perde a economia, perde o social. Gostaríamos de colocar na mesa um adiamento de 90 dias no prazo para início da vigência (da tarifa)”, pontuou Alban. “Queremos colocar a discussão de acordos setoriais e bilaterais. Discutir bitributação”, completou.  

A estimativa preliminar da indústria é de uma perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho, caso a medida entre em vigor nos termos anunciados, além de forte impacto sobre o PIB.  

Alckmin, destacado pelo Palácio do Planalto para encabeçar as negociações com os americanos, destacou que o governo vai trabalhar para reverter as novas tarifas, consideradas por ele “completamente inadequadas”. Ele reiterou que EUA têm superávit na relação com o Brasil há 15 anos e a tarifa média dos produtos que os norte-americanos exportam para o nosso país é de 2,7%. “Temos uma importante complementariedade econômica. É importante conversarmos com os parceiros americanos no setor industrial para mostrarmos que a medida encarece também os produtos deles”, acrescentou Alckmin. 

É preciso objetividade e pragmatismo, diz CNI 

Ricardo Alban alertou que é preciso objetividade e pragmatismo por parte do governo e do setor privado na negociação. “O que não queremos neste momento é perder a razão. É importante essa parceria. É muito difícil o setor industrial encontrar alternativas de médio prazo para substituir esse mercado dos EUA”, afirmou.  

Uma comitiva de empresários e representantes de associações industriais participou da reunião, incluindo o presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva; o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso; a presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Janaína Donas; o presidente emérito da Associação Brasileira Indústria Têxtil e de Confecções (Abit); Fernando Pimentel; o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira; o CEO da Tupy, Rafael Lucchesi; e o CEO da Embraer, Francisco Gomes, entre outros. 

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