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Roberto Maciel: “A hora do brinco e do saxofone de Ciro Gomes”

Por Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:

Numa das muitas retiradas em que bateu na cena pública, o ex-deputado estadual, ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda (governo Itamar) e ex-ministro da Integração (governo Lula I), ex-funcionário de parque aquático e ex-secretário de Saúde do Ceará Ciro Gomes anunciou, entre sorrisos, que colocaria um brinco na orelha e se dedicaria a aprender a tocar saxofone.

Como o sax e qualquer instrumento musical exigem dedicação e talento, supõe-se que Ciro não deu um minuto sequer do vasto tempo livre que teve para pendurar um no longo pescoço – pelo menos não se conhece dele nenhuma demonstração de atributos sonoros.

Também não se enxerga brinco nenhum nas orelhas de Ciro Gomes, as quais o tempo vai cuidando de alongar, como sói acontecer.

Mas ainda está em tempo de aderir à libertária música, ao descolado brinco.

*** ***

O fato é que Ciro Gomes vem esperneando como pode para se manter na superfície do mar político, tão revolto quanto obscuro. O desafio é o de encontrar uma tábua de salvação o quanto antes, até porque a essas alturas do roteiro o Titanic já afundou de vez.

Ciro tentou agredir moralmente aqueles que entende serem seus inimigos, xingando o ministro da Educação, Camilo Santana, e a prefeita de Crateús, Janaína Farias.

Derramou elogios sobre o ex-deputado Wagner Sousa, a quem antes chamava de “miliciano”.

Despejou carícias no ego do deputado André Fernandes e do pai dele, o deputado estadual Alcides Fernandes, bolsonaristas dos mais fanáticos.

Até se refiliou ao PSDB, partido do qual largou em 1997 dizendo que defendia “o cadáver político do Aécio (Neves), que não tem saída”.

Esculachou os irmãos que não o seguem – embora diga que não fala do assunto, faz questão de se queixar de ter sido apunhalado nas costas pela família.

Não deu uma palavra sequer sobre a chacina cometida no Rio de Janeiro por uma polícia que, a pretexto de combater o crime organizado, deixou 121 cadáveres espalhados nas ruas, vielas, becos e matagais de favelas populosas.

Ainda no campo do crime: não se manifestou sobre a condenação a 27 anos e três meses de cadeia do agora líder e guia, Jair Bolsonaro, pelos atentados violentos à Democracia (e ao pudor político, porque não?) em 8 de janeiro de 2023.

As quatro operações, as paletas de cores e as notas musicais mostram de forma transparente que André Fernandes é a nova cara do cirismo e que Ciro Gomes é a cara de indisfarçável do bolsonarismo tucano.

*** ***

Abandonados o sax e o brinco, como costuma fazer com partidos e o bom-senso, sabe-se agora de Ciro Gomes apenas que ele ostenta uma bem-feita e precisa tatuagem de um dragão no braço direito – tinha de ser na direita, não é mesmo?

Ainda bem que não é na testa.

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