Theatro José de Alencar comemora 115 anos com atividades gratuitas e homenagens à tradição e à inovação

O Theatro José de Alencar, um dos mais destacados patrimônios culturais do Ceará e do Brasil, celebra neste ano 115 anos de resistência, memória e transformação. Para marcar essa data histórica, o TJA promove uma programação especial e gratuita no próximo dia 17 de junho (terça-feira), edição especial do “Theatro de Portas Abertas”, que ocupará diferentes espaços do equipamento com teatro, performance, música e cultura popular, reforçando o diálogo entre tradição e inovação que tem marcado sua trajetória recente.

Com o mote “TJA 115 anos: O passado ecoa. O agora cria.”, o aniversário deste ano propõe uma reflexão sensível sobre os caminhos que trouxeram o Theatro até aqui — e sobre os muitos que ainda virão. A proposta é destacar os contrastes e conexões entre o ontem e o hoje, entre estruturas centenárias e criações contemporâneas.

As Visitas Mediadas, como é de costume nesta data, serão todas gratuitas e oferecidas ao público em geral nos quatro horários: 9h, 11h, 14h e 16h. Na atividade, os participantes percorrem os múltiplos espaços do equipamento de mais de 12 mil metros quadrados, tendo a oportunidade de não só apreciar a beleza arquitetônica da edificação e dos jardins, mas também de saber mais sobre a história, diversidade e funções do TJA.

As turmas de 2025 do Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT) também participarão das celebrações do TJA, abrindo os processos criativos e formativos de conclusão do Segundo Ato para o público. Sendo assim, as turmas Manhã (9h às 12h), Tarde (14h às 17h) e Noite (18h30 às 21h30) irão ocupar o Teatro Morro do Ouro (CENA) num momento de troca e aprendizado, ao mesmo tempo que o Teatro Escola TJA direciona a luz para a ação formativa que mais tem repercussão e tempo de vida no Estado.

Na Calçada, às 16h, a cultura popular dará as boas-vindas ao público com o Grupo de Tradições Cearenses (GTC) apresentando o espetáculo “No Ceará é Assim”. Simultaneamente, o Chaplin Cearense – personagem do artista de rua Apolo – irá dialogar com os presentes os vários aspectos da arte de rua, trazendo referências do cinema mudo e do universo chapliniano aos vários espaços do TJA; Mulher Barbada será a cerimonialista do evento, performando também no intervalo das atrações.

Passando para o anexo CENA TJA, às 18h, a Sala de Teatro Nadir Papi Saboya irá receber o espetáculo da Turma Noite 2024 do Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT). “ECOS”, sob a direção da professora Neidinha Castelo Branco, traz à baila uma forte reflexão sobre como a sociedade lida com as vertentes que perpassam a memória, ou a ausência dela. O tempo parece cruel, mas não é sua função acolher, sim deixar correr a vida para acontecer como deve ser. Haverá retirada de ingressos gratuitos pelo Sympla.

Com interpretação, direção e dramaturgia assinadas por Clayton Nascimento, o espetáculo “Macacos” será atração no Palco Principal do TJA, às 19h. Em cena, a abordagem da estruturação do racismo e do apagamento das memórias e ancestralidades negras que estão enraizadas neste país. A peça trata sobre episódios da História Geral do país, cita estatísticas sobre as mães e famílias de jovens negros presos ou executados pela Polícia Militar brasileira. Haverá retirada de ingressos gratuitos pelo Sympla.

No Jardim de Burle Marx, às 21h30, o encerramento terá como primeira atração O Cheiro do Queijo, com a estética do circo, da rua e da música, dialogando diretamente com o universo do hip-hop. A trupe trará ao palco o show “Sound Circo”, que dá nome ao segundo álbum, lançado em 2024 com produção conjunta entre o grupo (Abu da Pereba, Bito Beat e Iky Potchoko) e os produtores musicais Morcego, Batuta e glhrmee. O disco também conta com a tutoria e participação do cantor e compositor baiano Russo Passapusso, integrante da banda Baiana System.

Por fim, às 22h30, Caio Castelo irá receber convidados no inédito show intitulado “Jardim do Olhar – 115 Anos do TJA e 45 Anos do LP Massafeira”. Com direção musical assinada pelo jornalista e pesquisador Dalwton Moura e pelo próprio Caio, o show contará com as participações mais que especiais de artistas de diferentes gerações: Rodger Rogério, Lúcio Ricardo, Luiza Nobel e Gabriel Aragão (Selvagens à Procura de Lei). O acesso será gratuito, respeitando a capacidade máxima do espaço (1.200 pessoas).

Os intérpretes irão passear por canções do clássico LP “Massafeira”, lançado em 1980, um ano depois da Massafeira Livre, evento marcante na história da cultura e da arte do Ceará para o Brasil e que ocupou o TJA com noites de música, poesia e diversas outras linguagens, em um encontro de gerações, estéticas, ética e resistência, nos estertores da ditadura civil-militar brasileira e em meio à luta pela anistia e pela redemocratização.

Sobre o TJA

O Theatro José de Alencar, espaço que integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), foi inaugurado em 17 de junho de 1910 e desempenha significativos papéis na vida cultural cearense.

Além da importância patrimonial e histórica, oferece uma diversificada programação de atividades artístico-culturais de difusão e formação. Funcionando como um Centro Cultural com mais de 12 mil metros quadrados, o TJA é um lugar de encontro, referência artística e turística no Ceará. Tombado em 1964 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan), possui grande valor arquitetônico, sendo considerado um dos mais belos Teatros Monumentos do Brasil.

Ao longo dos últimos anos, o Theatro passou por um intenso processo de reorganização estrutural e simbólica. De um espaço tradicional, o TJA reinventa-se diante dos desafios contemporâneos: atualiza seus fluxos, incorpora tecnologias, reorganiza equipes e espaços e preserva sua memória — sempre com olhar atento ao futuro. Esse processo, marcado por tensões criativas entre o antigo e o novo, revela a potência de um lugar vivo, em constante transformação.

Nesse aniversário, o protagonismo  da equipe ganha maior dimensão. Técnicos, artistas, gestores e colaboradores — antigos e novos — são celebrados como os verdadeiros guardiões dessa história centenária. As ações comemorativas reforçam esse olhar sobre o Theatro José de Alencar como um organismo vivo, onde resistência e abertura ao novo convivem em harmonia.

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