Problemas são inevitáveis no ambiente empresarial, mas a forma como organizações reagem a eles pode determinar o rumo dos negócios. Em vez de tratar crises como ameaças, empresas que enxergam os desafios como oportunidades de melhoria e inovação conseguem construir marcas mais fortes, impulsionar a competitividade e acelerar seu crescimento no mercado.
Para Alexandre Slivnik, na foto ao lado, especialista em excelência de serviços e vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), as empresas mais bem-sucedidas são aquelas que transformam problemas em soluções criativas. “As organizações mais valiosas foram criadas para solucionar grandes desafios. Uber resolveu mobilidade, Google resolveu a conexão. Todas cresceram porque encararam a dificuldade, inovaram e se fortaleceram diante dos obstáculos”, afirma.
Slivnik destaca que essa mentalidade deve permear todos os níveis de uma empresa. “Empresas que punem erros inibem a inovação. Já as que adotam uma mentalidade de startup — onde é permitido errar, corrigir e melhorar em movimento — saem na frente”, pontua.
Agilidade organizacional como diferencial competitivo
A importância da velocidade nas decisões estratégicas foi reforçada por um estudo da McKinsey, que mostrou que empresas com alta capacidade de adaptação tomam decisões mais rápidas e eficazes em momentos de crise. Segundo a consultoria, organizações que adotam estruturas mais ágeis foram até duas vezes mais propensas a superar seus concorrentes em desempenho financeiro durante a pandemia. A pesquisa também aponta que esse perfil de gestão garante maior resiliência operacional e crescimento sustentado, especialmente em contextos de mudança acelerada.
Profissionais proativos se destacam no mercado
Slivnik também ressalta que a habilidade de resolver problemas é um diferencial para o crescimento profissional. “Profissionais que assumem a responsabilidade, em vez de terceirizarem dificuldades, constroem confiança e se destacam no mercado. São esses profissionais que avançam mais rápido e alcançam os melhores salários”, afirma.
No relacionamento com os clientes, essa filosofia se mostra ainda mais poderosa. Resolver problemas de maneira acolhedora — mesmo quando o erro não tenha sido da empresa — cria conexões emocionais e fortalece a imagem da marca. Slivnik compartilha um ensinamento de Jim Cunningham, ex-líder de treinamento da Disney: “Os clientes nem sempre estão certos, mas devem ter a oportunidade de estar errados com dignidade.” Segundo ele, acolher e solucionar a demanda do cliente transforma possíveis detratores em grandes promotores da marca.