O direito de ir e vir agoniza diante de um hospital (ou “O incrível caso da calçada pública que virou privada”)

Foi em meados de 2021. Como um tufão, a mega empresa Kora, que já havia então abarcado em Fortaleza o hospital Otoclinica, na Avenida Antônio Sales, resolveu abocanhar mais outro. E comprou a Gastroclínica, empreendimento de quatro décadas pertencente a uma família de médicos.

Negócio normal. Dinheiro pra lá, hospital pra cá e estamos conversados. Oitenta e dois milhões de reais ouviram as conversas, noticiou-se.

Mas a ofensiva da Kora não se limitou a um prédio, leitos hospitalares e outros móveis e equipamentos vários. A empresa cuidou de se apropriar de um bem público: a calçada.

Sob as bençãos da omissa, complacente e incompetente gestão do então prefeito José Sarto, a Kora construiu um murinho, pôs lá mudas de plantas, instalou uma guarita e cancelas eletrônicas e, vapt-vupt, colocou no lugar onde pessoas passavam um estacionamento de carros pago a R$ 11 por hora.

Você achou que parou por aí? Achou errado, incrédulo leitor!

Com esse apoderamento ilegal, criou-se um perigo a mais para quem dirige ou pedala na avenida. É que carros têm de parar no leito da via, às vezes sobre a ciclofaixa, para desembarcar passageiros.

Se a autarquia que cuida do trânsito em Fortaleza e a Procuradoria do Município fizerem o que devem, por obrigação legal, não estarão fazendo favor nenhum. Estarão, sim, ajudando a reescrever uma história mais decente e respeitadora para a cidade.

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