Artigo do jornalista Roberto Maciel: Especialistas em depilação anal, que têm como hors concours o alegre deputado cearense André Fernandes (PL), até podem se dizer capazes de contestar o saber popular que ensina que “quem tem c* tem medo”, alegando questões de mercado. No entanto, não apareceu ninguém ainda para se habilitar a questionar o dito. E, enquanto ninguém se atreve a desfazer aquilo que já está feito, fica valendo o que parece ter peso de lei: “quem tem c* tem medo”. O ex-presidente Jair Bolsonaro, que se dizia “imbrochável” e “imorrível”, mas que só conseguiu mesmo foi se tornar (e se mostrar, por isso) inelegível, está aí para provar que tem c* como todos e que tem medo como quase qualquer um: foi parar na embaixada da Hungria em Brasília, como se tentando mendigar asilo político, conforme descobriu e espalhou mundo afora o jornal The New York Times – dos EUA, país para o qual o “mito” batia continência mansa e docilmente ao dar com os olhos numa bandeira. Medroso. Vali-me de uma adaptação modesta de versos do compositor Herbert Vianna para o título deste artigo. Admito que não ficou dos melhores, mas me defendo lembrando que fazer poesia com o nome de Bolsonaro não é para qualquer metido a escrevinhador. Mas é possível falar também de Lula. O presidente do Brasil passou 580 dias preso em Curitiba, sem culpa formada e colocado na vitrine do mais descarado lawfare praticado pelo então juiz Sérgio Moro e o então procurador Deltan Dallagnol, dois celerados que se vendiam como paladinos da justiça. É com ele que explico o quase grifado algumas linhas acima. Lula teve oportunidades de tentar driblar a cadeia determinada pelos planos de poder de Moro e Dallagnol. Muitas. Houve quem – e cito entre esses o ex-aliado político Ciro Gomes – falasse na época em colocá-lo numa embaixada e daí transplantá-lo para a segurança de um asilo político na Europa. O “nine”, como chamavam chulamente os doutos procuradores da “república de Curitiba”, recusou firmemente qualquer discussão que fosse sobre esse tema. Dizia que enfrentaria o que o ameaçasse, que provaria não ser culpado daquilo que a Operação Lava Jato lhe impingia. Escapar, como hoje se suspeita do que faria Bolsonaro, era-lhe fora de propósito, seria como confessar culpa – mesmo que fosse para se defender à distância. Sem pausa, podemos mais uma vez voltar a Bolsonaro sem largar de Lula. Foi do ex-presidente que o presidente atual talhou uma imagem à perfeição: “é um covardão”. Disso, hoje, ninguém pode mais duvidar. Nem os experts em depilação anal.
Fernando Santana reage a Ciro Gomes e defende Camilo de ataques do ex-presidenciável pedetista
A matéria abaixo foi publicada no site O Intrigante: “O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de Juazeiro do Norte, Fernando Santana (PT), usou suas redes sociais neste domingo, (24/3), para defender o ministro da Educação Camilo (PT) dos ataques do ex-ministro Ciro Gomes (PDT)”, expõe o texto. Na verdade, Santana nem precisava de tanto esforço para abanar as palavras de Ciro Gomes. Bastaria ter ido ao Youtube buscar declarações do perpétuo candidato a terceiro lugar em eleições presidenciais. Como essa: Continua O Intrigante, já com fala de Santana: “Que vergonha esse Ciro Gomes, uma figura desqualificada, vir ao Cariri só para atacar nosso ministro Camilo Santana na terra dele, e o prefeito Glêdson do lado, concordando com tudo. Isso é um desrespeito com todos nós juazeirenses, que reconhecemos tudo que Camilo Santana fez pela nossa cidade. Camilo merece respeito, prefeito. Enquanto esse seu aliado, Ciro, nunca teve nenhuma consideração com nossa região. Brilha deputado, maior governador da história do Ceará, senador mais votado do Brasil e ministro da Educação, o Cariri conhece, o Ceará agradece e o Brasil tem recebido, nosso Camilo Santana”, escreveu Fernando. Aliados aproveitaram a postagem do parlamentar para reforçar o apoio ao petista. O ex-secretário da Casa Civil Chagas Vieira do governo Camilo escreveu: “O mal não próspera, amigo Fernando Santana. Sigam firmes na luta, com Camilo, Lula, Elmano e a força do povo de Juazeiro”. Já o líder da bancada petista na Assembleia Legislativa do Ceará, De Assis Diniz escreveu uma mensagem de apoio. “Com Deus no coração e o povo do seu lado meu amigo, já deu tudo certo. Vamos juntos”. *** *** *** Não bastando aquela, tem mais essa:
Nubank supera Vale no mercado de ações e se torna a terceira empresa mais valiosa do Brasil
Num movimento surpreendente no mercado financeiro, o Nubank alcançou nova marca histórica em valor de mercado. As ações da empresa registraram alta de 0,51%, fechando a cotação a US$ 11,85 na Bolsa de Valores Nasdaq, nos Estados Unidos. O incremento posicionou a fintech num patamar de destaque entre as empresas brasileiras mais valorizadas, ultrapassando gigantes tradicionais como a Vale. Com a valorização recente, o valor de mercado do Nubank atingiu os impressionantes US$ 55,25 bilhões, o que representa um crescimento de 15,50% no último mês. Esse avanço permitiu que o banco digital superasse a Vale, cujo valor de mercado foi registrado em US$ 52,43 bilhões, tornando-se a terceira empresa brasileira em termos de valor de mercado, ficando atrás apenas da Petrobras, com US$ 93,44 bilhões, e do Itaú, com US$ 62,69 bilhões. O que impulsionou o crescimento do Nubank? A trajetória ascendente do Nubank no mercado financeiro pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a sua capacidade de inovação constante e a ampliação de sua base de clientes. Atualmente, a fintech se orgulha de quase 80 milhões de clientes no Brasil, o que demonstra não apenas um crescimento quantitativo, mas também uma sólida confiança do consumidor em seus serviços. Além disso, a estratégia de diversificação de produtos financeiros, como a introdução de seguros, investimentos e contas de pagamento, aliada a um modelo de negócios focado na experiência do usuário, fez com que o Nubank se destacasse como um dos principais players do mercado financeiro digital. Por que a Vale enfrenta desafios? Em contrapartida, a Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, tem enfrentado desafios que impactaram seu valor de mercado. Nos últimos 30 dias, a empresa registrou uma queda de 8,68% em suas ações, uma situação influenciada pelas incertezas relacionadas à sucessão de sua liderança e pelas críticas à interferência política na companhia. Esses fatores contribuíram para a perda de posição no ranking das empresas brasileiras mais valiosas. O crescimento e a solidez do Nubank também têm sido reconhecidos por figuras importantes do setor financeiro. Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa e membro do conselho de administração do Itaú, destacou a competência e a permanência do Nubank no mercado. Para Setubal, a aproximação de quase 80 milhões de clientes no Brasil evidencia a principalidade do banco digital, consolidando sua posição como um competidor robusto e permanente no setor bancário. Este momento representa um marco para o Nubank e sinaliza uma mudança significativa no cenário financeiro brasileiro, onde bancos digitais e fintechs começam a ocupar espaços antes dominados exclusivamente por grandes bancos e empresas tradicionais. Com esse avanço, o Nubank não apenas redefine o mapa do valor de mercado no Brasil, mas também reafirma a potencialidade de inovação e crescimento do setor financeiro digital.
Sudene aprova R$ 94,2 milhões para projetos eólicos na Paraíba e Rio Grande do Norte
A Sudene aprovou a liberação de R$ 94,2 milhões em parcelas de financiamento já contratados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste. Desse total, R$ 57,1 milhões foram para a Elawan Eólica Passagem, instalada no Rio Grande do Norte, e R$ 34,1 milhões para seis parques do Complexo Eólico do Seridó, localizado na Paraíba. Esses empreendimentos se integram aos objetivos de promoção do desenvolvimento regional, com destaque para a transição energética. “O Nordeste é responsável pela produção de 83% da energia renovável do Brasil e o FDNE tem um papel importante na atração das empresas para a região. Nos últimos anos, quase que a totalidade dos recursos do fundo foi destinada ao financiamento de implantação de parques de energia solar e eólica”, afirmou o superintendente Danilo Cabral. Ele frisou que o Fundo é administrado pela Sudene e operado por instituições financeiras parceiras. A empresa Elawan Eólica Passagem terá um investimento de R$ 366,9 milhões para a instalação do parque no município de Santana dos Matos. O financiamento total do FDNE, operado pelo Banco do Brasil, é de R$ 220 milhões e esta foi a segunda parcela liberada. A primeira liberação, de R$ 82 milhões, ocorreu no ano passado. A potência instalada é de 51.300 quilowatts. Já a liberação de recursos para o Complexo Eólico Serra do Seridó, pertencente à EDF Renewables, foi destinada para as unidades II, III, IV, VI, VII e IX. O projeto terá um investimento de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 288 milhões são de participação do FDNE, também com operação do Banco do Brasil. No total, já foram liberados R$ 209,6 milhões. O Complexo do Seridó, composto por 12 parques eólicos, entrou em operação em julho do ano passado e tem capacidade total instalada de 480 MW. Vale ressaltar que o FDNE financia seis unidades localizadas no município de Junco do Seridó. Durante a fase de implantação, foram gerados 900 empregos diretos e indiretos. O diretor de Gestão de Fundos e Incentivos Fiscais da Sudene, Heitor Freire, falou sobre a importância do FDNE para o desenvolvimento regional. “Esse é um importante instrumento para a atração de investimentos para os 11 estados da área de atuação da instituição, com taxas bastante atrativas. Para 2024, há a disponibilidade de R$ 1,1 bilhão”, disse.
Protagonismo de lideranças negras é referência e alicerce para 25 de março, Data Magna do Ceará
“Pisando firme sem medir nenhum segredo/ Participando sem medo de ser mulher / Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer/ Participando sem medo de ser mulher”. O canto da professora aposentada Maria do Socorro Fernandes de Castro, de 58 anos, se amplia em cada uma das pessoas que fazem parte das 160 famílias da Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo, em Baturité, no Ceará. Na firmeza do timbre e da palavra viva, Socorro carrega ancestralidade, religiosidade e coragem, preenchendo as veredas, casas e existências de um lugar que tem muito orgulho da história vivida e compartilhada. “Sou nascida e criada nesse Quilombo, casada e mãe de três filhas. Para mim, a mulher quilombola representa a luta, a resistência, essa alegria que a gente tem de viver. E também preserva a memória, os costumes, os saberes”, define. A Comunidade da Serra do Evaristo foi reconhecida como remanescente quilombola em 2010 pela Fundação Cultural Palmares. A comunidade é um dos 68 territórios quilombolas existentes no Ceará, segundo o Censo Demográfico de 2022. Na trajetória pelo reconhecimento, Socorro consolidou-se com uma liderança. “Eu iniciei essa luta com idade de 14 anos, começando a participar dos movimentos. Sofremos muito para construir esses movimentos. Nossos ancestrais fizeram muita coisa e são inspiração para nós, mas, quando eles ficaram mais idosos, nós tivemos que dar continuidade. E hoje ainda estamos resistindo, repassando essa história, é uma construção”, recorda Socorro, que também é mestra da Cultura reconhecida pelo Município de Baturité. A Associação Comunidade Kolping da Serra do Evaristo tem mais de 50 membros associados, sendo a maioria composta por mulheres Protagonismo A construção à qual a líder quilombola se refere também se relaciona às reivindicações dos movimentos negros sobre como o Brasil lida com seus marcos e personagens históricos. É o que explica a Cícera Barbosa (Cícera Preta), professora de História, mestranda pela Universidade Federal do Ceará, curadora e pesquisadora das Celebrações de Liberdade e os Sentidos de Liberdade da Luta Negra no Ceará. De acordo com Cícera, o Ceará, que sustenta o título de Terra da Luz pelo pioneirismo de decretar o fim da escravidão em 1884, quatro anos antes do restante do Brasil, manteve em destaque nas narrativas somente os feitos das pessoas brancas. “Em 1984, quando teve o Centenário da Abolição no Ceará, os jornais do estado se projetaram como esse lugar onde primeiro foi iluminado. Um jornal vai dizer que o grito [de liberdade] foi tão forte que a princesa Isabel ouviu lá no Rio de Janeiro. Na verdade, quando a gente olha para o Centenário e para as figuras que são homenageadas e celebradas, não são as figuras que estiveram à frente dos processos de luta pela liberdade. Desde então, vamos lutar para construir outros marcos dessa liberdade, com o movimento negro organizado”, enfatiza. Os marcos históricos revelam, explica Cícera, as resistências e movimentos abolicionistas registrados em todo o território na época. A Vila do Acarape, atual Redenção, por exemplo, aboliu o regime em janeiro de 1883 – outras cidades cearenses também assinaram no mesmo ano. O Brasil, por sua vez, só iria decretar o fim da escravidão em 13 de maio 1888, com a Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel. “Em 1884, no 25 de Março, foi assinada no Ceará uma Lei que é de movimentos que já aparecem nas fontes desde a metade do século XIX, com as greves dos jangadeiros, o não envolvimento de alguns sujeitos nesse tráfico interno. Tínhamos a proibição da compra de pessoas do outro lado do Atlântico, mas tínhamos aqui a ida dessas pessoas para o Sul e Sudeste do Brasil. Então, quando cearenses desse território decidem não enviar mais companheiros para o Sul e Sudeste, o comércio é travado. Começamos a ter festas de rei do Congo, umbigadas. Uma série de pessoas vivendo o cotidiano aqui e lutando por essa liberdade”, completa Cícera. Entre esses cearenses, a pesquisadora destaca o protagonismo de pessoas como o jangadeiro Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar ou Chico da Matilde, da Preta Tia Simoa e Ana Sousa, a Aninha Gata. “Junto com o Dragão do Mar tinha várias outras pessoas, como o José Napoleão. Também tínhamos a Tia Preta Simoa, essa mulher fica na história porque ela ganha a dimensão de ser uma pessoa querida, líder, e também mobilizar a greve dos jangadeiros de 1881. Se conquistamos a liberdade em 1884, é porque a Tia Preta Simoa vai mobilizar as pessoas da região da Praia do Peixe, onde hoje localizamos o Centro Dragão do Mar e a comunidade do Poço da Draga, que vão inventar várias estratégias para impedir esse tráfego e essa venda”, detalha. Estátua do Dragão do Mar localizada no Centro Cultural do Estado, em Fortaleza, que leva o seu mesmo nome Cícera defende que as identidades negras dos ex-escravizados e dos remanescentes não sejam vinculadas à lógica violenta e cruel da escravidão. “A gente tem se dedicado a construir novos sujeitos para essas cidades e territórios que tenham consciência da história. Se a gente olhar para trás, quem violentou, escravizou, bateu, não foram os nossos. Quando olho para o passado, por mais que eu não tenha o brasão da minha família, tenho muito orgulho de contar a história dos meus pais, dos meus avós, dos meus ancestrais”, afirma. Desconstruir narrativas O outro olhar para o passado tem sido importante para desconstruir narrativas como a de que no Ceará não tem pessoas negras. Isso reflete, inclusive, no crescimento da população que se declara preta no estado. Segundo o Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,8% da população cearense é preta. Um aumento de 51,7% em relação ao Censo de 2010. “A branquitude usa de diversas linguagens, estratégicas, para apagar a história da população negra e para impedir que nossos direitos sejam cumpridos. Apesar do racismo, a população negra usou de outras táticas para sobreviver: a oralidade, os feitiços, as imaginações, a oralidade. Não se reduzir nem se submeter aos padrões da branquitude
Documentário resgatará o legado musical do artista plástico e compositor Batista Sena
Classificado no último edital de audiovisual da Lei Paulo Gustavo, lançado pela Secretaria daCultura do Ceará (Secult Ceará), a proposta de documentário intitulada Batista Sena: traços,canções e a Banda Chá de Flor pretende resgatar a memória do artista plástico e compositorcearense Batista Sena. Artista nascido em Camocim que junto com Luiz Hermano, SiegbertFranklin, Zé Tarcísio e Bené Fonteles inovaram o cenário das artes plásticas cearenses nadécada de 70 em Fortaleza. Além do trabalho do artista como pintor e desenhista, odocumentário pretende revelar e tirar do apagamento o legado musical de Batista Sena que,por mais de uma década, liderou a banda cearense Chá de Flor. Com produção cultural de Ângela Maria Madeiro Leitão do Instituto Brinquedim de InclusãoCultural e sinopse, roteiro e direção do documentarista cearense Paulo Wagner, o filme terácomo fio condutor a cena cultural da década de 70 em Fortaleza, cena influenciada pelacontracultura, pelo rock’n’roll e blues e pelos movimentos artísticos que eclodiram no Brasilapós o Tropicalismo. O documentário trará uma abordagem poética, expositiva e histórica cujanarrativa será realizada a partir das composições musicais de Batista Sena em versões curtas,cantadas e instrumentais, um acervo musical que servirá de mote para refazer a trajetória docompositor e artista plástico que se destacou pela originalidade e beleza de suas canções epelo seu traço como desenhista do surreal e do fantástico. O filme revelará o rico acervo deixado por Batista que, em parte, é preservado pelo Museu doBrinquedim em Pindoretama. Além das imagens e outros materiais pesquisados, odocumentário prevê depoimentos como do cantor João do Crato, ex-integrante da Banda Cháde Flor que é considerado uma memória viva do legado musical deixado por Batista, dosmúsicos Ronald Carvalho e Heriberto Porto, ex-integrantes da banda, de personalidades douniverso musical da época como o cantor Lúcio Ricardo e a cantora Mona Gadelha, autora dadissertação de O Perfume Azul, artífice da ruptura: transgressão na cena rock de fortaleza nosanos 70. Merecerão destaque no documentário, ainda, os depoimentos de Luís Hermano, deMadalena Sena, irmã e apoiadora que acompanhou Batista desde os primeiros passos, doartista plástico Dim Brinquedim, que se iniciou nas artes pelas mãos de Batista e ganhounotoriedade. Segundo o documentarista Paulo Wagner que, além de assinar o roteiro e a direção dodocumentário Batista Sena: traços, canções e a Banda Chá de Flor, teve poemas musicadospelo artista, “o filme contará com um trabalho de produção e edição primoroso e pretende demaneira poética e surpreendente tirar do apagamento a memória de um artista cearense quemerece pleno reconhecimento contemporâneo de seu legado artístico e musical, não apenasdas novas gerações, mas além das fronteiras culturais do Ceará”, conclui.
Igreja de Malafaia teria pago segurança do mandante da morte de Marielle com dinheiro da milícia
Documentos obtidos através do “disque-denúncia” no Rio de Janeiro, relacionados à investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco, apontam para o envolvimento de Robson Calixto, conhecido como “Peixe”, assessor de Domingos Brazão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), com grupos de milícia. A informação é do colunista Lauro Jardim, no Globo. A investigação destaca que Calixto teria facilitado um encontro entre os Brazão e Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora. Informações anônimas reportadas à Polícia do Rio de Janeiro indicam que Calixto tinha encontros regulares, nos dias 15 e 30 de cada mês, em uma igreja evangélica ligada a Silas Malafaia, localizada próxima à Unidade de Polícia Pacificadora da Taquara, na Zona Oeste, para coletar valores atribuídos à milícia. Estes relatos sugerem também que Calixto portava armas e desempenhava funções de segurança para Domingos Brazão, sem formalização. A Procuradoria-Geral da República menciona que a presença constante de Robson Calixto ao lado de Domingos Inácio Brazão, em contextos relacionados ao controle territorial de milícias e loteamentos ilegais, reforça as suspeitas de sua participação nos esquemas criminosos investigados. Em decorrência dessas evidências, medidas de busca e apreensão foram executadas contra Calixto, sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Excluir caça-níquel, loteria e jogo de azar do Marco Legal dos Games foi aposta certa, diz especialista
O Senado aprovou, na semana passada, o Marco Legal dos Games para regulamentar a atividade das empresas que desenvolvem jogos eletrônicos. Segundo o projeto, os games poderão ser protegidos por meio de patentes. Agora, a matéria retorna para a Câmara dos Deputados, pois os senadores mudaram o conteúdo do projeto. A proposta permite que empresas captem recursos por meio da Lei Rouanet e da Lei do Audiovisual, criadas para incentivar a cultura no país. Para Marcelo Mattoso – sócio do Barcellos Tucunduva Advogados, mestre em Direito – Inovação e Tecnologia na Fundação Getúlio Vargas, a proposta de financiamento pela Lei Rouanet é apenas uma formalização do que já acontecia. “Desde o início dos anos 2000 os games já são reconhecidos, no Brasil, como meio de produção cultural, seja pelo Ministério da Cultura ou pela própria comunidade. O próprio mercado do audiovisual apoia essa ideia, uma vez que os mercados se conectam e isso é benéfico para ambos. O ecossistema cultural de entretenimento brasileiro só tem a ganhar”, opina. Empresas estrangeiras poderão abater 70% do imposto sobre remessas ao exterior relacionadas à exploração de games ou licenciamentos – desde que as companhias invistam em jogos eletrônicos nacionais. O governo também deve facilitar ferramentas para o desenvolvimento do setor. A última versão do relatório retirou benefícios como a possibilidade de abater até 80% dos investimentos feitos na base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Além disso, os chamados fantasy games ficaram fora, por enquanto, da regulamentação. Para Mattoso, o texto vai na direção correta. “Eu achei um ponto positivo os fantasy games, caça-níqueis, jogos de azar e loteria estarem fora do texto. Era uma briga muito grande do setor não misturar esses mercados”, defendeu. Existem dois universos distintos que estavam sendo discutidos no mesmo projeto, sendo um deles o setor de jogos eletrônicos (games ou vídeo games para consoles, PC ou mobile) e o setor de fantasy games. “Os dois integram a indústria do entretenimento e ambos se baseiam em ‘games’ para gerar o conteúdo de entretenimento, mas não se correlacionam entre si, possuem público-alvo distantes e modelos de monetização completamente diferentes. O texto inicial do Marco Legal dos Games acabou misturando os dois universos e não abarcando nenhum deles de forma plena”, explica.
Chapada do Araripe é incluída na lista nacional do patrimônio mundial da Unesco
A proposta de candidatura da Bacia Cultural Sócio Biodiversa da Chapada do Araripe – Patrimônio Dá Humanidade foi inserida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na lista Indicativa brasileira de bens que tem potencial para o reconhecimento como Patrimônio Mundial da Unesco. É um passo importante e o primeiro estágio a potencial escolha da Região para receber a chancela de Patrimônio Mundial Misto – que possui valor tanto natural quanto cultural. O Sistema Fecomércio Ceará, por meio do Sesc, encabeça a campanha em favor da Chapada do Araripe. Na busca por essa chancela, além das ações e projetos de incentivo à cultura no Cariri, foram realizados quatro Seminários de Patrimônio dentro das suas ações programáticas. Para o presidente do Sistema Fecomércio, Luiz Gastão, além da importância desse reconhecimento para o campo cultural, essa chancela estabelece um compromisso internacional de preservação e proteção da região, possibilitando a perspectiva de desenvolvimento econômico, de turismo social e sustentável. “A Chapada do Araripe consta na lista oficial para concorrer a Patrimônio Mundial, então agora é uma realidade, e acreditamos que já, já, teremos essa grande chancela. Agradeço a Fundação Casa Grande, o Governo do Estado, o Ministério da Cultura, o Iphan, a toda a população do Cariri, as universidades, tanto a Universidade Regional do Cariri, como a de Universidade de Coimbra, que também participaram deste processo, desta luta e desta conquista que é de todos nós”, ressaltou. Em 2019 iniciaram os estudos para elaboração de informações sobre a Chapada do Araripe com a realização do 1º Seminário Internacional para discutir a ideia da candidatura. No ano seguinte, a Fundação Casa Grande, o Sistema Fecomércio, o Iphan, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), a Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (Funcap) e a Universidade Regional do Cariri (Urca) mapearam o território da Chapada, identificando um conjunto de bens naturais e culturais com potenciais valores universais excepcionais que justificariam sua inclusão na Lista Indicativa do Patrimônio Mundial. Nos anos seguintes, outros seminários foram realizados, dando continuidade à campanha. Em junho deste ano, nos dias 05 a 08, acontecerá o V Seminário da Chapada do Araripe Patrimônio Dá Humanidade, com o objetivo principal de reforçar a candidatura. Sobrea a Lista A Lista Indicativa funciona como um instrumento de planejamento de preparação de candidaturas, como um inventário, e é composta pela indicação de bens culturais, naturais e mistos, apresentados pelos países que ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco. No Brasil, o Iphan é o responsável pela ferramenta, selecionando as candidaturas e as organizando de acordo com o manual Preparação de Candidaturas para o Patrimônio Mundial, editado pela Unesco. Para inclusão na Lista Indicativa da Unesco, a candidatura deve apresentar uma descrição do local com a justificativa do Valor Universal Excepcional, atendendo a pelo menos um dos 10 critérios previstos; a candidatura da Chapada atendeu três critérios. A Chapada do Araripe está localizada nos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Ela abriga bens geológicos que remontam a 180 milhões de anos, assim também como a memória de formação geológica da terra e registros arqueológicos da presença humana na pré-história. Além disso, a vasta cultura popular é repleta de símbolos históricos, religiosos, sociais e artísticos, como celebrações, reisados e os saberes e fazeres dos Mestres da cultura.
Do The Intercept: “Bebês decapitados, estupro em massa e civis queimados: as maiores mentiras de Israel sobre o 7 de outubro reveladas em documentário”
Do site The Intercept, com texto do editor Andrew Fishman: Mentiram para você sobre o que aconteceu em 7 de outubro de 2023. O Hamas invadiu Israel e matou centenas de civis e soldados — isso é verdade — mas as alegações mais incendiárias usadas para justificar o bombardeio maciço de Gaza por Israel não são comprovadas ou são histórias fabricadas, refutadas pelas provas. Além disso, uma inspeção mais minuciosa mostra que alguns dos piores crimes atribuídos ao Hamas podem ter sido cometidos pelos próprios militares israelenses, como resultado do uso de armamento pesado contra civis e reféns. Essas são algumas das conclusões importantes do documentário inédito “7 de outubro”, do núcleo investigativo da Al Jazeera, fruto de meses de minuciosa investigação forense. O filme, adaptado para o português em parceria com o Intercept Brasil, é a investigação mais abrangente e detalhada já publicada sobre o episódio – e uma resposta contundente à boa parte da cobertura da grande mídia desde então. Ele desnuda a propaganda israelense ao mostrar o que realmente se passou no 7 de outubro em Israel e na Palestina, minuto por minuto. A equipe de documentaristas da Al Jazeera vasculhou os registros governamentais e os depoimentos de centenas de sobreviventes para compilar uma lista detalhada de vítimas. Também examinou sete horas de filmagens — grande parte delas obtidas em câmeras de combatentes do Hamas mortos — e conduziu várias entrevistas com especialistas. Se você for assistir a apenas uma reportagem sobre o tema, escolha essa. ASSISTA A “7 DE OUTUBRO”, O DOCUMENTÁRIO DA AL JAZEERA ‘Uma retaliação terrível contra os palestinos’ As descobertas dos jornalistas da Al Jazeera mostram que os principais jornais e políticos influentes como o presidente dos EUA, Joe Biden, fizeram parte — voluntariamente ou não — de uma campanha de desinformação em massa. Israel utilizou essa confusão para justificar seu ataque sem precedentes a Gaza, em curso há quase seis meses, que já matou mais de 32 mil pessoas – 46 palestinos para cada civil israelense morto pelo Hamas e pelas forças israelenses em 7 de outubro. LEIA A ENTREVISTA COM RICHARD SANDERS, DIRETOR DO DOCUMENTÁRIO Para Marc Owen Jones, professor de estudos do Oriente Médio e analista de mídia entrevistado no filme, essas atrocidades inventadas têm uma função importante: enfatizar a brutalidade. “Se você consegue provocar o sentimento de repulsa nas pessoas, acho que elas ficam mais propensas a apoiar, por exemplo, uma retaliação terrível contra os palestinos”, diz Jones. Os crimes de Israel O filme também detalha as falhas gritantes dos serviços de inteligência e dos militares israelenses, que ignoraram evidências e avisos de analistas e que poderiam ter evitado a chocante vitória militar do Hamas. Na madrugada de 7 de outubro, por exemplo, os principais líderes militares israelenses foram alertados que havia grandes e incomuns movimentos de tropas. Uma analista de inteligência alertou repetidamente que o Hamas estava planejando algo grande. Eles até obtiveram uma cópia do plano de ataque, mas tudo isso foi ignorado. As imagens de combate coletadas pelos cineastas sugerem que nem mesmo os militantes palestinos esperavam romper tão facilmente a linha militar israelense, o que lhes permitiu avançar sobre áreas civis, como o festival de música Nova. Lá, centenas de pessoas foram mortas, primeiro por combatentes do Hamas e depois por soldados e pilotos também israelenses em pânico, que dispararam contra carros em fuga sem identificar corretamente quem eram os alvos. Gravações das forças armadas israelenses, análises de especialistas e depoimentos de sobreviventes mostram que Israel abriu fogo contra civis, os incinerando, numa tentativa de evitar que eles virassem reféns do Hamas, que poderia usá-los como moeda de barganha. LEIA MAIS Acusações de estupro em massa O festival Nova também foi o principal local onde teriam ocorrido estupros em massa, inclusive alguns descritos por supostas testemunhas, com detalhes horríveis. Uma reportagem de capa do New York Times virou peça chave do argumento de apoiadores da escalada genocida da violência israelense contra Gaza. Apesar das várias inconsistências já apontadas na reportagem, o jornal tem se recusado a admitir falhas e se retratar. Os investigadores da Al Jazeera encontraram uma única prova, um único vídeo, que poderia indicar violência sexual. Madeleine Rees, advogada e diretora da Women’s International League for Peace and Freedom (Liga Internacional de Mulheres por paz e liberdade, em tradução livre), estudou as alegações. “Eu acredito que tenha havido estupro”, ela diz em entrevista. “Em todos os conflitos sempre que há homens armados com a intenção de praticar violência, é altamente improvável que não haja violência sexual. Mas nada que eu tenha visto publicado até agora sugere que tenha sido generalizado e sistemático” Rees disse. Ela observa ainda que uma comissão da ONU solicitou imediatamente a permissão de Israel para investigar as supostas atrocidades, mas o grupo “foi barrado por Israel”. As destruições no local da retirada do exército israelense do bairro Al Amal e do Hospital Nasser na cidade de Khan Yunis durante o conflito Israel-Palestina. Foto: Hashem Zimmo/Thenews2/Folhapress A lorota dos 40 bebês decapitados O filme também mostra, de forma conclusiva, que o mais obsceno dos supostos crimes de guerra atribuídos ao Hamas – a sádica decapitação e queima de 40 bebês no kibutz Kfar Aza, alegado por fontes militares israelenses e repetido inquestionavelmente pelos principais jornais do mundo – não tem fundamento. Dois bebês foram mortos em Israel naquele dia, não 40, e nenhum em Kfar Aza, como mostra a lista de óbitos compilada pelos jornalistas da equipe investigativa da Al Jazeera. Essa mentira foi uma arma importante na guerra de propaganda de Israel. O presidente dos EUA, Joe Biden, até chegou a afirmar que viu pessoalmente “fotos de terroristas decapitando crianças”. Mas a Casa Branca vergonhosamente reconheceu mais tarde que Biden nunca havia visto essas imagens — mas isso só depois que a desinformação já havia se espalhado pelo mundo. Enquanto isso, relatos de jornalistas e médicos em Gaza sobre crianças palestinas decapitadas e com os membros arrancados por bombas israelenses passaram relativamente despercebidos nos mesmos veículos. VEJA A SÉRIE QUE ISRAEL TENTOU ESCONDER DE VOCÊ A invasão de Rafah Pelo menos 32.070 palestinos foram mortos e outros 74.298 ficaram feridos desde outubro em Gaza. A maioria esmagadora de seus 2,3 milhões de habitantes foi deslocada forçadamente dentro do território.