Crônica da jornalista Tuty Osório: Aniversário de 70 anos do amigo, festinha surpresa no salão de festas do condomínio, momento de encontrar quem não se vê há anos, alguns, até, há décadas. Colocar as conversas em dia, contar o que andam fazendo os filhos, quem se mudou de estado, de país. Os que mudaram de planos, prioridades, profissão. Hora de lembrar quem foi para o chamado outro lado, outra dimensão, andar de cima, encantou, virou estrelinha. Encontros que se dão pela afinidade do afeto, das vivências em comum, das aventuras em conjunto, – quando mais jovens, mais ousados, menos ajuizados, ou até mais. Depende do ponto de vista. Na mesa do lado de fora, fugindo do ar condicionado e do burburinho do salão fechado, numa mesa redonda, reinava um papo importante, muito atual. Vencido o preconceito com as academias de ginástica, a amiga contava, orgulhosa, seus progressos na rotina recente de treinar cotidianamente. Não era uma conversa banal. A amiga descrevia os primeiros dias, a dificuldade em persistir, as motivações que a fizeram adotar a prática de exercícios, sem jamais ter tido esse hábito. Discorria sobre o levantamento de pesos, em especial os dos aparelhos, tão em moda e que me apavoram porque desataram a cair sobre os novos atletas, em busca de firmeza no corpo. A amiga contava que já passou para uma fase mais avançada, pelo menos foi o que entendi. Seria mais uma adesão comum a comportamentos que nos nutrem de disposição e autoestima. A sensação gratificante de cuidar de si, a conquista de uma vitalidade que faz bem, quando não é obsessiva. Um ingrediente surpreendente, contudo, chamou a minha atenção e me fez ter vontade de voltar a investirnessa jornada, tantas vezes recomeçada, outras tantas, abandonada. A amiga argumentou que construiu uma relação de amor com aqueles instrumentos. Atribuindo-lhes umsentido de concórdia, apaziguamento com o tempo que se ocupa em conciliar o desafio, ao invés de brigar com as metas. Intensificando a consciência que conduz à leveza, pela trajetória do peso. A superação de uma contradição, tornando-a coerente. Fiquei pensando, até sem me dar conta, que elaborar é, muitas vezes, simplificar. Preencher de significados a aparência fria de uma estranheza que escolhemos como aliança, transformando o sacrifício, em prazer.É a capacidade de simbolizar que nos torna, senão mais felizes, mais vivos. E se estamos vivos, que seja paraintensidades boas. Para não mais pedir aos dias que passem e nos deixem. Porém, que nos acordem na luz que mesmo esmaecida num céu nublado, lembra que podemos respirar fundo e seguir. *** *** *** Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa e escritora. São de sua lavra QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos de 2022); SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho de 2023) e MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA, dez crônicas, um conto e um ponto (crônicas e contos, também de 2023). CLIQUE AQUI PARA ACESSAR (exclusivo para os leitores do portal InvestNE)SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSAQUANDO FEVEREIRO CHEGOUMEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA
Opinião: “E se o Sul tivesse se separado do restante do Brasil por causa do Bolsonaro?”
Artigo do jornalista Roberto Maciel: Peço longe de mim, todos os dias, o tempo todo, rancores e ódio. Apesar de julgá-los naturais e humanos, busco distanciar-me desses sentimentos negativos e aproximar-me dos mais positivos. Ruindade, enfim, é um troço que enche o saco. Isso posto, venho nos últimos dias refletindo sobre dois tipos de temporais diferentes. O primeiro é desses que desabaram sobre o Rio Grande do Sul, atingindo também parte do Paraná e de Santa Catarina. O outro é o desabamento de torrentes de raiva – vindas justamente dos nacos do Brasil de onde, em outubro de 2022, se vomitavam as piores pragas contra nordestinos e se pregavam separar a região do resto do Brasil. Recuemos no tempo então: em outubro de 2022, gente “branca e diferenciada” do Sul do País, que havia votado em Jair Bolsonaro e em tudo o que ele representa, atacava verbalmente os nordestinos que, distintamente, tinham optado por Lula e garantido a eleição do petista para a Presidência da República. Aí a gente viu coisas assim, como a dessa advogada: E a dessa empresária catarinense: Esse influenciador gaúcho, sem peias na língua, chama o Nordeste de “Merdeste”: Veja só: o Nordeste, sobre o qual a violência dos temporais do ódio bolsonarista deixou um rastro de ameaças, está agora juntando alimentos, água e roupas para doar aos irmãos brasileiros que estão passando por privações no outro lado da Nação. O humorista Whindersson Nunes, piauiense, é um exemplo. Ele conseguiu, sozinho, arrecadar mais de R$ 1,5 milhão para doar aos sulistas como cestas básicas. A Arquidiocese de Fortaleza, da Igreja Católica, está mobilizando fieis para ajudar os que agora precisam. O destino é maluco e acaba fazendo a sorte despontar, com raios de esperança, de entre as nuvens do azar: ainda bem que o Sul tem o Nordeste para ampará-lo com solidariedade e respeito.
Entidade de jogos digitais, que tentou avançar em marco legal com Bolsonaro e não conseguiu, celebra agora sanção de Lula
A Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais) celebra a sanção presidencial do projeto de lei 2.796/2021 – também conhecido como Marco Legal dos Games –, realizada nesta sexta-feira (3). A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dá após um árduo trabalho do setor pela regularização e definição de princípios e diretrizes fundamentais para o crescimento do ecossistema de jogos eletrônicos no Brasil. Ela marca uma nova era para a indústria nacional de games e passa a oferecer condições mais reais para a indústria nacional se desenvolver, gerando empregos, renda e arrecadação para o país. Ao longo dos últimos dois anos, a Abragames, as associações regionais e centenas de estúdios nacionais de desenvolvimento de games, travaram um longo debate por melhorias no texto do PL 2.796/2021. Agora, com a sanção presidencial, a expectativa é que, além de abrir um horizonte de possibilidades para o setor, o Marco Legal acabe com más interpretações sobre o que são os videogames, impulsionando o desenvolvimento econômico do setor ao longo das próximas décadas. “Estamos comemorando uma vitória do Brasil, não apenas da indústria de games. O Marco Legal irá fortalecer o ecossistema de criação e produção de um dos setores que mais crescem no mundo, e permitir que o país seja, de fato, reconhecido pelo seu enorme potencial nesse segmento tão importante da indústria criativa”, destaca Rodrigo Terra, presidente da Abragames. “A nova lei deve atrair mais oportunidades para investimentos robustos privados, tanto nacionais quanto internacionais, diminuir burocracias para a importação de materiais, gerar maior indução regional e federal aos estúdios, estabelecer definições fundamentais aos profissionais do setor e abrir caminho para a criação de uma CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) própria para a indústria”. O texto atual do Marco Legal dos Games, que pode ser visto aqui, é uma construção da relatoria da senadora Leila Barros e do senador Flávio Arns que, proativamente, consultaram diversas entidades da indústria de desenvolvimento de jogos eletrônicos, como a Abragames. Tal iniciativa foi essencial para diagnosticar o momento atual do setor, entender suas principais necessidades e obter a real dimensão da indústria brasileira. “O Marco Legal dos Games vai fomentar o crescimento do setor, criar empregos, combater ilícitos e diminuir a carga tributária”, projeta a senadora Leila Barrosa. “Com a aprovação, a indústria brasileira de games terá mais visibilidade e segurança jurídica”. Já o senador Flavio Arns, acredita que a proposta vai gerar benefícios em diversos setores. “Paralelamente, devemos ter avanços na educação, na cultura, na saúde e no trabalho, com geração de empregos e de renda. Trata-se uma lei que permitirá à indústria e ao Brasil crescerem juntos”. Uma das grandes mudanças que o Marco Legal proporciona ao setor diz respeito à definição de jogo eletrônico, que passa a ser muito mais atual, com novos entendimentos sobre o que é e como se desenvolvem os videogames. A partir de agora, consideram-se os games tanto obras audiovisuais interativas, desenvolvidas como programas de computador; quanto os dispositivos centrais e seus acessórios dedicados a executar jogos eletrônicos, além dos próprios softwares – que podem ser usados como aplicativos de celular e/ou página de internet, jogos de console de videogames e jogos em realidade virtual, realidade aumentada, realidade mista e realidade estendida (sejam eles consumidos por download ou por streaming). Com a sanção presidencial, a expectativa é que a nova lei seja publicada no diário oficial na segunda-feira (6) e já entre em vigor.
Precisa de crédito? Página do Sebrae mostra como buscar empréstimo de forma didática e consciente
A abertura de um negócio geralmente não vem acompanhada de uma formação completa em gestão e, muitas vezes, o empreendedor acaba cometendo erros comuns, mas que impactam o desempenho da empresa. Misturar as finanças pessoais com as do empreendimento ou não ter metas claras de onde se quer chegar são armadilhas fáceis de encontrar na história das micro e pequenas empresas (MPE) e que, geralmente, custam caro. São momentos em que buscar empréstimo parece ser a melhor opção. “As pessoas acabam acreditando que o crédito é a melhor alternativa para alcançar o equilíbrio financeiro e a estabilidade desejada. Mas será mesmo?”, questiona o analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional Augusto Togni. “O Sebrae quer ajudar esses empresários a se apropriarem da cultura do planejamento financeiro, recurso que vai proporcionar mais segurança e consciência sobre o seu negócio. E isso vai ajudar a tomar medidas mais assertivas”, responde. Para ajudar nessa tarefa, o Sebrae lançou a página Crédito Consciente, que contém uma jornada que desperta no empresário a necessidade de fazer uma leitura mais profunda e análise dos dados financeiros de seu empreendimento, antes de se lançar aos bancos para contratar um empréstimo. Jornada de crédito O empresário que visitar o portal criado especialmente para tratar de crédito encontra caminhos práticos e didáticos para recolocar sua empresa nos eixos. O Sebrae convida esse empreendedor a conhecer realmente as finanças de sua empresa e, de posse de todas as informações, partir para um retrato do seu negócio por meio da calculadora disponível na página. Calculadora Nela, o empreendedor vai preencher campos relativos à volume de venda, aos custos com fornecedores, entre outras informações. Um guia rápido sobre a ferramenta está disponível para download e, caso precise, o empresário pode ainda buscar a consultoria do Sebrae por meio da Central de Relacionamento e demais canais de comunicação. Se o resultado apontado pela calculadora for positivo, o empresário pode procurar novas formas de adequar suas finanças para não precisar recorrer ao empréstimo. Preciso de crédito. E agora? Por outro lado, caso o diagnóstico direcione para a necessidade de crédito, o empresário encontra toda a orientação para os próximos passos a seguir na própria página do Crédito Consciente, que disponibiliza uma Coletânea de Linhas de Crédito com mais de 250 opções. O empresário pode fazer uma pesquisa por meio de filtros (modalidades de financiamento, taxas, prazo, valor estimado etc.) e decidir qual a melhor linha que se adequa ao seu negócio. Para grande parte das MPE, a obtenção de crédito junto aos bancos esbarra na falta de garantias. Nesse contexto, o empresário tem a opção de utilizar o Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas (Fampe), em que o Sebrae entra como avalista de até 80% da garantia do valor total do empréstimo. Recentemente, a instituição anunciou o aporte de R$ 2 bilhões no fundo, garantindo R$ 30 bilhões de crédito por meio das instituições financeiras para os pequenos negócios em todo o país. Augusto Togni, analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, durante o lançamento da página Crédito Consciente, em Santa Catarina. Crédito: Fabricio Almeida. Depois de decidir, o empresário precisa retornar à calculadora para rever seus indicadores financeiros e fazer as projeções para os próximos meses, com a capacidade de pagamento do empréstimo. Ao apresentar a proposta de crédito à instituição financeira, o empresário precisa confirmar sua adesão ao Fampe. Togni sublinha a importância da consciência e segurança na tomada de crédito, porque o valor contratado vira uma dívida e o empresário deve ficar atento para não cair na inadimplência. Para ajudá-lo a honrar seus compromissos, o Sebrae dá todo o suporte ao longo do processo e no pós-crédito também. “Agentes de crédito e finanças fazem esse acompanhamento e, além disso, reforçamos que a calculadora é uma ferramenta que deve ser utilizada de tempos em tempos, para que o empresário revisite o seu planejamento de forma periódica. Ela precisa estar no dia a dia do negócio”, reforça. Veja abaixo o passo a passo para iniciar sua jornada de crédito consciente:
Feira do Cantinho realiza hoje a sétima edição, com música, literatura, artesanato e discotecagem
A dica cultural desta sexta-feira é a sétima edição da Feira de Artesanato do Cantinho, no restaurante Cantinho do Frango (Aldeota, Fortaleza-CE), das 17 às 21 horas. A entrada é livre. A casa oferecerá também, em seus diferentes ambientes, discotecagem com DJ Alan Morais (R$ 5) e show musical com Tatianna Freitas (R$ 20). A literatura cearense também participa da feira. Nesta edição, estarão presentes, com seus livros à venda, os autores Alan Mendonça e Ricardo Kelmer, que coordena o estande. Alan Mendonça é escritor, letrista, dramaturgo, arte-educador, editor, documentarista, produtor cultural e curador em projetos artísticos. É editor da Editora Radiadora. Tem vários livros publicados, entre eles “O silêncio possível” (poemas), “Biografia geral da rua única” (poemas) e “Santo” (conto, em pré-venda). Site: www.radiadora.com.br Ricardo Kelmer é escritor e produtor cultural. É autor, entre outros livros, de “Guia de sobrevivência para o fim dos tempos” (contos), “Minha doce vida perdida” (romance) e “Pensão das crônicas dadivosas” (crônicas). Site pessoal: blogdokelmer.com CANTINHO DO FRANGO Rua Torres Câmara, 71 – Aldeota Instagram: @cantinhodofrangooficial SIGA QUEM FAZ NOSSA CULTURA Instagram: @alan_mendonca_nadaoficial, @ricardo_kelmer, @alanmorais_lp, @tatiannafreitas
As bets e a armadilha do imediatismo: só o longo prazo salva!
Artigo de Luiz Augusto F. do Amaral, sócio-fundador e idealizador do Trix, plataforma de investimentos em fundos imobiliários: A 7ª edição do Raio X do Investidor, pesquisa anual da ANBIMA, realizada em parceria com o Datafolha, trouxe um dado alarmante: o número de brasileiros que apostam online não para de crescer. Segundo o levantamento, 14% dos brasileiros – o equivalente a 22 milhões de pessoas – arriscam seu dinheiro nas bets com frequência. E fica pior: 22% desses apostadores enxergam essas plataformas como “investimento” e 40% deles encaram como chance de ganhar dinheiro rápido em momento de necessidade. A falta de educação financeira e a fantasia de que é possível ganhar dinheiro rápido e com pouco empenho sempre foram os calcanhares de aquiles dos brasileiros. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a renda mensal média por aqui é de R$ 2.846, valor que é no mínimo insuficiente para cobrir os gastos de uma família. Mas, mesmo entre os que ganham mais, é comum não ter ideia do que fazer com o dinheiro. Gastam mais do que ganham, compram mais do que deveriam e, via de regram não guardam nada. Ou, quando poupam, não sabem escolher o melhor lugar para colocar o dinheiro. Os números trazidos pela ANBIMA comprovam: 63% das pessoas não investem e apenas 30% conseguiu economizar algum dinheiro. Da pequena parcela (37%) que investe, 25% estão com o dinheiro rendendo mal na caderneta de poupança. Títulos privados, como os CDBs que têm aparecido nos bancos digitais, estão em um distante segundo lugar, com apenas 5% de adesão entre os investidores. Fundos de investimento estão ainda mais atrás, com 4%. A bolsa de valores, minguados 2%. O que esse monte de números significa, afinal? Que é necessária uma mudança de mentalidade da sociedade como um todo. Pais, escolas e governo precisam se atentar para a necessidade de ensinar às novas gerações sobre a importância de guardar uma parte do que se ganha, não se endividar em excesso e aplicar em investimentos de verdade, com foco no longo prazo. Já existem diversas plataformas, muitas delas gratuitas, que ensinam sobre educação financeira, ajudam a organizar os gastos, criar metas e objetivos. Da mesma forma, tanto os bancos digitais quanto corretoras e plataformas estão cada vez mais amigáveis com quem está começando a investir. E opções de ativos de qualidade que podem garantir uma renda futura para aposentadoria não faltam, como títulos públicos indexados à inflação ou Fundos imobiliários, que pagam aluguéis mensais para seus cotistas. Aposta não é e nunca será investimento. Quer apostar no seu time do coração para se divertir? Tudo bem, mas não espere ganhar nada com isso. Para um futuro tranquilo, só conhecimento, persistência e pensamento de longo prazo salvam.
Estudantes de Pindoretama e universitários de Fortaleza visitam Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) recebeu, na manhã desta quinta-feira (02/05), a visita de estudantes da Escola Municipal de Educação Básica Francisca Holanda Costa, do município de Pindoretama. A visita faz parte do projeto O Parlamento e Sua História, coordenado pelo Memorial Deputado Pontes Neto (Malce). Os 29 alunos do 9° ano do ensino fundamental, acompanhados pelos professores Marcos Silva do Carmo e Antônio Cláudio Lopes, conheceram o Plenário 13 de Maio, a biblioteca da Alece, a exposição “Revista Plenário: Informação e Arte!” e o Memorial Deputado Pontes Neto. No Plenário 13 de Maio, os alunos foram recebidos pelo deputado Guilherme Bismarck (PDT), que ressaltou aos jovens a importância do voto para a democracia e para a indicação dos representantes da população. O parlamentar explicou também o papel dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Guilherme Bismarck detalhou o funcionamento do Parlamento, das comissões técnicas, o processo de tramitação das matérias na Casa, as votações e debates realizados. “Aqui é o Parlamento, onde podemos ‘parlar’, falar sobre os assuntos de interesse do povo cearense, sobretudo das regiões que representamos. Nosso dever é ir ao encontro do que as pessoas precisam”, pontuou. Alunos do curso de Direito da Estácio de Sá conversam com o deputado Guilherme Sampaio – Foto: Máximo Moura Já no período da tarde, 40 universitários da disciplina Núcleo de Práticas Jurídicas, do curso de Direito do Centro Universitário Estácio do Ceará da sede Via Corpus e do Centro de Fortaleza, acompanhados pela professora Marília Barbosa, receberam as boas-vindas do deputado Guilherme Sampaio (PT). O parlamentar saudou os acadêmicos em Direito e parabenizou a instituição pelos 25 anos de fundação. Ele ressaltou que o Centro Universitário já se consolidou no estado do Ceará como a maior instituição de ensino superior privada em operação em número de alunos e lembrou que recentemente foi homenageada pelo Senado da República. Guilherme Sampaio também ressaltou a visita dos universitários .“Tive o orgulho de receber na Alece os alunos do curso de Direito do Centro Universitário Estácio no Ceará, apresentando a eles a história e as ações desempenhadas pelos parlamentares. Discutimos como (os deputados) legislam, apresentam, discutem e deliberam proposições para a instituição de normas que regulamentam os direitos e deveres na sociedade — leis que farão parte do dia a dia desses estudantes no exercício de suas profissões”, afirmou. Na ocasião, o grupo visitou a biblioteca César Cals, as instalações da rádio FM Assembleia (96,7 MHz), o Malce e assistiram a uma palestra sobre a história política do Ceará e do Brasil. Os estudantes foram acompanhados de manhã pela equipe do Memorial composta por Paulo Roberto Nunes, Socorro Medeiros, Ivana Abreu, Germana Pontes, Rubens Rocha, Carlos Pontes, Nicole Guedes, Thiago Araújo, Bárbara Marinho e Miguel Rodrigues. Já a equipe da tarde do projeto é composta por Edna Pontes, Cléa Menezes, Lígia Farias, Edna Camarço, Isadora Nepomuceno, Paulo Roberto, Sávio Batista, Marcela Loiola, Nicole Guedes, Miguel Rodrigues e Rodolfo Matos.
Parada pela Diversidade Sexual de Fortaleza será em 30 de junho, com tema “Radicalizar para existir; votar para ocupar”
A Parada pela Diversidade Sexual do Ceará já tem data para colorir o principal cartão postal de Fortaleza. A 23ª edição do evento acontecerá no dia 30 de junho, na avenida Beira Mar. A maior do Nordeste e uma das maiores do país por reunir cerca de um milhão de pessoas em defesa dos direitos da populações LGBTQIAPN+, a marcha em 2024 vai comemorar também os 35 anos de atuação do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), que promove o evento. Com o tema “Radicalizar para existir; votar para ocupar”, a Parada vai pautar as vulnerabilidades sociais às quais estão expostas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais, assexuais, pansexuais, pessoas não binárias e outras identidades de gênero. Da insegurança alimentar ao elevado índice de assassinatos de travestis no Ceará. Da dificuldade de acesso ao mercado de trabalho à incapacidade da máquina estatal de lidar com a diversidade na saúde pública. Da irrisória oferta de qualificação profissional ao bullying sofrido no sistema de ensino. Essas e diversas outras denúncias e reivindicações comporão o tom dos discursos deste ano – que, pela característica eleitoral que tem, também fará da Parada um momento para demarcação do poder revolucionário do voto e da necessidade de a sociedade exigir dos representantes políticos eleitos um debate político qualificado em torno da extensa agenda do povo LGBTQIAPN+. “A Parada não é um simples desfile. É uma luta histórica por políticas públicas. Porque nós ainda estamos à margem dos espaços sociais e de poder. Nós precisamos ocupar esses espaços para que possamos existir dentro e fora deles. Para que possamos viver! Querem que a gente fique à margem, pois quem está à margem não é visto nem decide nada. Mas nós temos reivindicações que dialogam com as nossas experiências de vida, e a avenida Beira Mar é nosso lugar de luta. Nós vamos, mais uma vez, ocupar o coração do Ceará”, afirma a presidenta do Grab, Dary Bezerra. A definição do tema deste ano foi feita pelo Grab na noite dessa terça-feira (30/4) em plenária com 71 representantes de movimentos sociais de Fortaleza, Russas, Maranguape, Quixadá, Sobral, Acarape, Redenção e Caucaia. Artistas, indígenas, pessoas convivendo com HIV, estudantes, produtores culturais, empreendedores, religiosos, assessores parlamentares e ativistas sociais negres e trans participaram do encontro, ocorrido na Biblioteca Municipal Dolor Barreira. “Nossa parada é a maior do Nordeste, mas a gente tem de fato políticas públicas para populações LGBTQIAPN+? A gente vai sempre viver de migalhas? Ou vai exigir o que é nosso por direito? O que existe hoje em termos de prevenção na segurança pública que diminua o risco que nós corremos? A Parada vem pra colocar isso e outras coisas em evidência. Porque não dá pra gente continuar sendo o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo! Já são 14 anos assim e ainda há quem não considere a situação grave. Nós queremos viver”, disse na reunião a diretora do Grab, Labelle Rainbow. A programação do evento está em fase final de elaboração, bem como o esquema de mobilidade e segurança da Parada já foi solicitado aos órgãos competentes. Ambos serão posteriormente divulgados pelo Grab e parceiros do evento. “Nós somos cidadãos e o nosso voto vale. E vale muito! Somos LGBTs, somos fortes e votamos. Nosso voto mudou o Brasil. Vamos pra rua!”, conclamou a apresentadora Lena Oxa.
Brasil foi alvo de 60 bilhões de ataques cibernéticos em 2023, informa relatório
O Brasil recebeu 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2023, segundo dados do FortiGuard Labs, laboratório de inteligência e análise de ameaças da Fortinet. Comparado com o ano anterior (103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2022), a quantidade de 2023 é inferior, mas isso não é, necessariamente, uma boa notícia. Como o FortiGuard Labs tem alertado, esta é uma tendência global, há menos ataques massivos, mas há um volume maior de explorações exclusivas e novas variantes de malware e ransomware que são muito mais direcionadas. Em suma, há menos ataques, mas que são criados para objetivos específicos, o que os torna mais sofisticados e com maior probabilidade de sucesso se as empresas não possuírem defesas de cibersegurança integradas, automatizadas e atualizadas. A região da América Latina e o Caribe sofreu 200 bilhões de tentativas de ataques em 2023, o que compreende 14,5% do total reportado globalmente no ano passado. Os países latino-americanos com maior atividade de ataques cibernéticos em 2023 foram México, Brasil e Colômbia. Mais destaques do relatório FortiGuard Labs 2023 da Fortinet: · O ransomware continuou registrando atividade significativa em 2023. Embora o volume das deteções tenha diminuído, essa tendência corrobora o que o FortiGuard Labs tem visto nos últimos anos: o ransomware e outros ataques estão se tornando mais específicos e direcionados, graças à crescente sofisticação nas táticas dos atacantes, técnicas e procedimentos e o desejo de aumentar o ROI por ataque. Este fenômeno reforça a importância de permanecer vigilante e reforçar as defesas contra potenciais ataques direcionados. · Ao longo de 2023, foi observada uma presença notável de ameaças ligadas as aplicações Microsoft Office. Embora muitas destas ameaças já tenham as suas assinaturas de remediação, a persistência na sua detecção sugere que os atacantes continuam encontrando utilidade na sua exploração, uma vez que os sistemas de muitas organizações não foram corrigidos ou atualizados. Um exemplo disso é a recente descoberta do FortiGuard Labs de uma campanha de phishing distribuindo uma nova variante do malware Agent Tesla. Esta conhecida família de malware usa um trojan de acesso remoto e um ladrão de dados para obter acesso inicial. É frequentemente usado por cibercriminosos para entregar malware como serviço (MaaS). · Em 2023, a distribuição de malware por meio de arquivos do Microsoft Office, como Excel, Word e PowerPoint, foi responsável por quase 50% das detecções de malware. Portanto, recomenda-se a implementação de estratégias de conscientização entre os funcionários, bem como a utilização de controles como Antispam, AntiMalware, EDR, entre outros, que permitam detectar e mitigar esta atividade maliciosa de forma eficaz. · O Prometei, um malware com capacidade de controlar remotamente máquinas infectadas, teve um aumento notável da sua atividade na América Latina durante 2023, com o Panamá e o Equador se destacando com a maior atividade detectada desse malware. O Prometei tem a capacidade de se espalhar lateralmente pelas redes, roubar credenciais de senha e executar comandos arbitrários, como também pode baixar e executar componentes maliciosos adicionais. Além disso, tem a capacidade de minerar criptomoedas e se atualizar automaticamente. · Assim como em períodos anteriores, a exploração do Double Pulsar continua no topo da lista como a vulnerabilidade predominante em praticamente todos os países da América Latina, representando 75% de todas as atividades maliciosas detectadas no último trimestre de 2023. Uma vez que esta ameaça foi identificada há muito tempo e já possui as assinaturas de remediação, este fenômeno destaca a extrema necessidade de as empresas atualizarem os sistemas e implementarem as recomendações dos fornecedores de segurança cibernética. · Outro destaque do período é o aumento exponencial nas atividades maliciosas detectadas no México, observado durante o quarto trimestre de 2023; o país teve um crescimento surpreendente de 950% em comparação com o ano anterior. Este fenômeno está ligado, principalmente, a um aumento notável nas tácticas de reconhecimento que procuram ativamente sistemas expostos que utilizam o protocolo SIP (Protocolo de Iniciação de Sessão, na sigla em inglês) para chamadas de voz através da Internet, dando aos atacantes remotos a capacidade de recolher informações sensíveis ou mesmo de obter acesso a sistemas vulneráveis. Interromper o crime cibernético requer uma abordagem abrangente Neste contexto, as organizações devem estar mais preparadas do que nunca, incluindo a cibersegurança como parte da sua estratégia de negócio. É necessário que as empresas tenham uma plataforma ampla que convirja redes e segurança, que seja integrada para reduzir a complexidade das operações e que seja automatizada com IA para reduzir a carga das equipes de TI e ser capaz de monitorar, detectar e isolar qualquer tentativa de intrusão antes que ela se infiltre na rede e, mesmo que ela já o tenha feito. Como líder em segurança cibernética de classe empresarial e inovação em redes, a Fortinet ajuda a proteger mais de 700 mil organizações em todo o mundo, incluindo empresas globais, provedores de serviços e organizações governamentais. É importante ressaltar que o desenvolvimento contínuo da Fortinet em inteligência artificial (IA) aplicada a casos de uso de segurança cibernética, tanto no FortiGuard Labs quanto em todo o portfólio de produtos, está acelerando a prevenção, a detecção e a resposta. Especificamente, os serviços de segurança baseados em IA do FortiGuard são usados por controles de segurança implementados em endpoints e aplicações em redes e infraestruturas de nuvem. Tecnologias de detecção e resposta específicas que aproveitam mecanismos de IA e análises de nuvem (incluindo EDR, NDR e outras) também podem ser implementadas como extensões integradas de tais controles. A Fortinet também possui ferramentas de resposta centralizadas, como XDR, SIEM, SOAR, DRPS e outras, que aproveitam IA, automação e orquestração para acelerar a correção de incidentes. Tudo isso pode desempenhar um papel importante na disrupção do crime cibernético em toda a superfície de ataque e ao longo da cadeia de destruição do ataque cibernético.
Opinião: “O lucro e a dor: a pandemia e a tributação sobre lucros extraordinários”
Artigo de Luis Filipe Eich, economista graduado pela UFRGS e mestrando em Economia na UFRGS, e Rosa Angela Chieza, doutora em Economia pela UFRGS e Professora do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFRGS: Em março de 2024 completaram-se dois anos do fim do estado de calamidade em função da covid-19, instituído no Brasil pelo Decreto Legislativo n.º 6/2020. Do ponto de vista do orçamento público, este ciclo foi caracterizado por um regime fiscal extraordinário, a partir da aprovação da Emenda Constitucional (EC) n.º 106/2020, conhecida por “orçamento de guerra”, com autorização para aumento de despesas públicas através de processos simplificados, tendo em vista a necessidade de mitigar e combater os impactos da pandemia. Dois anos após o fim da situação de calamidade, no contexto de discussões sobre a reforma tributária, o ciclo pandêmico permanece despertando reflexões sobre o papel do Estado nos desafios do desenvolvimento, e no enfrentamento às crises e às desigualdades. A partir da pandemia de covid-19 observou-se uma guinada na política econômica no Brasil, em contraponto ao discurso preponderante, vigente até a decretação de calamidade. O Estado brasileiro passou a assumir papel mais estabilizador e protetor, em especial através do pagamento do auxílio emergencial, da imunização da população contra o coronavírus e das transferências adicionais de R$ 60 bilhões aos estados e municípios, aprovados através da Lei Complementar n.º 173/2020. Ainda assim, de acordo com relatório do Banco Mundial (2022), as desigualdades aumentaram no Brasil durante a pandemia. Para enfrentar o estado de calamidade decorrente da crise de covid, países como Espanha, Argentina, Portugal e Reino Unido adotaram medidas como a taxação de lucros extraordinários auferidos em decorrência das externalidades pandêmicas. O relatório “Lucrando com a dor”, da Oxfam (2022), aponta uma tendência global para a ampliação das desigualdades durante a pandemia. No período de 2020 a 2021, em média a cada 30 horas surgiu um novo bilionário no mundo. Segundo o mesmo relatório as indústrias tecnológica, alimentícia e farmacêutica figuram entre os setores que ampliaram seus lucros de forma extraordinária por conta da emergência sanitária. Estudo e análise sobre o comportamento da produção e do faturamento das grandes farmacêuticas brasileiras permite evidenciar como os grandes grupos lucraram com a pandemia e em que medida poderiam ter contribuído com o enfrentamento da crise social e econômica durante a crise sanitária. Nesse sentido, foi desenvolvido o Trabalho de Conclusão de Curso na graduação em Ciências Econômicas “Tributação sobre lucros extraordinários durante a pandemia: um estudo de caso sobre farmacêuticas brasileiras”. Em 2019, ano anterior ao início do estado de calamidade, o Relatório Anual Estatístico do Ministério da Saúde apontou os grupos EMS, Aché, Eurofarma, Hypera e CIMED como os maiores do ramo nacional, todos com faturamento acima de R$ 1 bilhão. Analisando a Demonstração de Resultados (DRE) publicada por estes cinco grupos, foi possível constatar que a maior parte deles – Eurofarma, CIMED e Hypera – ampliaram seus ganhos de forma extraordinária durante a pandemia nos anos de 2020 e 2021, aumentando o lucro bruto entre 7,4% (Eurofarma em 2020) a 58,5% (Hypera em 2021), em relação a 2019. Os outros dois grupos analisados também obtiveram lucros entre R$ 1,7 bilhão e R$ 2,5 bilhões durante os anos de 2020 e 2021, mas não os ampliaram de forma extraordinária em relação ao período anterior à pandemia. O relatório da CPI da Pandemia do Senado Federal (2021) aponta que o faturamento dos grupos farmacêuticos brasileiros foi alavancado com a comercialização de produtos do chamado tratamento precoce, por vezes até mesmo ao setor público, dado que uma ampliação de mais de 1.000% foi registrada na venda de fármacos do chamado Kit Covid por algumas das grandes farmacêuticas investigadas. Ademais, cabe apresentar o contexto em que estes lucros foram auferidos já que o cenário pandêmico resguarda semelhanças com períodos de guerra, pois do ponto de vista social, aproximadamente 665 mil pessoas morreram em decorrência da covid-19 até́ a data da revogação dos decretos de enfrentamento à pandemia em 2022. Na perspectiva econômica, além da ampliação das desigualdades, a recessão levou ao encerramento de atividades de pelo menos 580 mil empresas entre o segundo trimestre de 2019 e o segundo trimestre de 2021, conforme aponta a PNAD-Contínua/IBGE (2021). Assim, enquanto de um lado 665 mil brasileiros morreram e 580 mil empresas fecharam, de outro, um pequeno grupo beneficiou-se deste cenário de crise sanitária, obtendo lucros extraordinários. Lucros, estes, decorrentes de externalidades negativas, e não da ampliação da eficiência e da competitividade do setor. Se o Brasil adotasse a tributação sobre os lucros extraordinários do setor farmacêutico durante o estado de calamidade, apenas sobre três grupos que obtiveram lucros extraordinários analisados – da mesma forma que fizeram países como Grécia, Espanha, Portugal e Reino Unido – possibilitaria, conforme estimativa da pesquisa, que o Estado brasileiro arrecadasse aproximadamente R$ 3,2 bilhões. Este valor seria capaz de financiar programas como o de internet para 18 milhões de alunos de baixa renda durante a pandemia, política vetada pelo Executivo Federal à época sob argumento de “rigidez orçamentária”. Por fim, no atual contexto de reforma tributária, registra-se que a tributação sobre lucros extraordinários deve entrar na pauta para viabilizar o financiamento da recuperação social e econômica do país. Além disso, o aprofundamento da crise climática que resultou no maior número de Decretos de Emergência e Calamidade na última década no Brasil mostra a necessidade de o Estado brasileiro encontrar-se com sua Carta Magna de 1988, inserindo mudanças em seu artigo 154, permitindo a instituição de impostos extraordinários, também, no caso de enfrentamento de estados de calamidade em decorrência da crise climática.