Quatro em cada 10 pessoas já sofreram fraude no Brasil (42%). Desses, 57% tiveram perda financeira de R$ 2.288 em média, ou seja, quase um mês e meio de trabalho de quem ganha um salário-mínimo. Já para as empresas, a preocupação sobre a recorrência de golpes aumentou 58% em um ano. Esses e mais dados estão presentes no “Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024”, desenvolvido pela Serasa Experian, datatech líder em soluções de inteligência para análise de riscos e oportunidades, com foco nas jornadas de crédito, autenticação e prevenção à fraude. Divulgado na Febraban Tech, o material está disponível para Download, clicando aqui.
“O avanço tecnológico é um ganho irrefutável para todos, mas, na mesma medida, os criminosos também se aprimoram para aproveitar as brechas dos consumidores, além dos sistemas que as empresas eventualmente deixam. Tanto consumidores quanto empresas devem estar vigilantes e utilizar todas as ferramentas disponíveis para proteger suas informações e transações. Por não existir uma bala de prata que blinde toda e qualquer transação, apenas a proteção em camadas é capaz de garantir a segurança de todos. Alguns exemplos são a biometria facial, a análise de risco de dispositivo, a verificação de documentos, o Cadastro ‘Know Your Costumer’ (KYC), entre outros. O monitoramento contínuo, a autenticação multifator e o uso inteligente das tecnologias são essenciais para garantir a integridade das operações, o crescimento sustentável dos negócios e, ao mesmo tempo, prevenir fraudes”, explica o Diretor de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.
Visão dos consumidores (pessoas físicas) sobre as fraudes
Os tipos de golpes mais relatados pelos consumidores foi o de “uso de cartões de crédito por terceiros ou cartão falsificado” (39%).
Os respondentes também disseram que 26% das fraudes sofridas aconteceram em 2022 e 31% antes disso. Em relação às diligências vivenciadas em 2023, 10% foram no primeiro trimestre, 9% no segundo e 15% no terceiro.
Ainda de acordo com dados do estudo, após sofrer uma fraude, 87% dos respondentes disseram que a preocupação com o tema “aumentou”. O percentual vai para 91% quando considerado o recorte de pessoas que tiveram perda financeira.
Perfil das vítimas de fraude
Segundo a pesquisa, do total de 42% das pessoas que sofreram fraudes, o percentual cresce mais na classe B, onde o mesmo índice atinge 46%; e diminui na classe C, que apresenta índice de 35% das pessoas se identificando como vítimas de golpes. Caio Rocha explica que “os criminosos visam brasileiros com maior poder aquisitivo para ampliar seus ganhos, mas a fraude ocorre em qualquer faixa de renda”. Quando observamos as diferenças do índice por faixa etária, o estudo registrou que os 50+ aparecem com o maior índice de fraude (48%). Não há diferenças significativas entre as regiões do Brasil, mas há um índice maior de vítimas no interior (46%) do que nas capitais e regiões metropolitanas (40%).
Golpes mais temidos
Fraudes com meios de pagamento e vazamento de dados são os mais temidos pelas pessoas e apenas 2% disseram que não temem sofrer golpes.
Visão das empresas (pessoas jurídicas) sobre as fraudes
O “Relatório de Identidade Digital e Fraudes 2024” também procurou ouvir as companhias sobre golpes e 58% das empresas afirmam que a preocupação com esse tópico aumentou entre 2022 e 2024. A alta foi ainda maior na visão por portes: com as grandes empresas, esse índice sobe para 68%. Elas são, inclusive, as mais conscientes sobre a importância da prevenção contra criminosos: “Proteção de Operações Fraudulentas”, em 2024, é o segundo foco das companhias (35%), atrás apenas de “Conquistar Mais Clientes” (45%).
Em relação ao crescimento geral da preocupação sobre fraudes, o levantamento indicou que houve impacto na previsão orçamentária das empresas entrevistadas, mudando a prioridade dos gastos com fraude do quinto lugar em 2022 para o terceiro em 2024.
Ao sofrerem algum tipo de tentativa de fraude, as empresas demonstraram preocupação com questões relacionadas à segurança da informação, principalmente, ao “Vazamento de Dados de Clientes” (49%) e “Perdas Financeiras” (48%), seguidos por “Vazamento de Dados Próprios” (39%), “Inadimplência” (35%), “Roubo de Informações Estratégicas” (34%), “Fraude de Identidade” (28%) e, por último, a “Perda de mercadorias” (16%).
Atenção em todas as camadas de proteção
Para se prevenirem das fraudes, a pesquisa revelou, ainda, que as empresas consideram as camadas essenciais de proteção, sendo as principais “Análise de Documentos” (49%), “Análise de Score de Clientes” (36%), “Análise de Score das Empresas” (28%), “Análise de operações de cartões de crédito” (22%) e “Análise de Dispositivos” (19%).
Metodologia
VISÃO PESSOA FÍSICA
Foram coletadas 804 entrevistas via painel online entre os dias 7 e 22 de novembro de 2023 com pessoas físicas, das quais 45% são da região Sudeste, 26% da Nordeste, 15% da Sul, 8% da Norte e 7% da Centro-Oeste e sendo 51% homens e 49% mulheres.
A maioria dos respondentes pertence à Classe B (50%), seguido pela Classe C (32%) e Classe A (18%). Quanto à faixa etária, a pesquisa também foi bastante abrangente, com 26% dos entrevistados tendo 50 anos ou mais, 22% entre 30 e 39 anos, 20% de 18 a 24 anos, 19% de 40 a 49 anos e 13% de 25 a 29 anos.
A margem de erro do estudo é de 3,5%, com intervalo de confiança de 95%.
VISÃO PESSOA JURÍDICA
Participaram da entrevista 331 pessoas jurídicas (PJs), considerando a classificação estabelecida pelo SEBRAE, das quais 49% são da região Sudeste, 20% da Nordeste, 16% da Sul, 9% da Centro-Oeste e 6% da Norte. A pesquisa aconteceu entre os dias 7 e 27 de novembro de 2023 e buscou abranger diversos setores, incluindo comércio, serviços e indústria, bem como empresas que atuam tanto no mercado B2B quanto no B2C.
Do total de empresas respondentes, 71% são “privadas e nacionais”, 16% “privadas e multinacionais” e 13% “estatais”. Em relação ao segmento das companhias, 60% são de “Serviços”, 18% de “Comércio Varejista”, 5% de “Comércio Atacadista” e 5% de “outros”. O porte das empresas se dividiu em “Micro” (37%), “Pequena” (21%), “Grande” (16%), “Acima de 1.000” (15%) e “Média” (12%).
A margem de erro do estudo é de 5,4%, com intervalo de confiança de 95%.