A Coluna do Roberto Maciel (terça, 3.9): O modelo dos debates na TV faliu miseravelmente; quem vai propor novos formatos?

• O despencar de audiência, a incapacidade de conter o oportunismo, a mentira e a leviandade, a apatia em lugar de estímulo à apresentação de propostas e a mais completa incompetência para engajar o público compõem a soma de situações que, neste ano, volta a estrangular os debates entre candidatos a cargos majoritários nas emissoras de televisão. O que deveria ser confronto de ideias foi posto novamente num beco sem saída. Tornou-se um mundo-cão sem limites, sem ética, sem verdade e sem-vergonha. Uma espécie de “espreme que sai sangue”. É a chacina da política. Quem perde tempo assistindo a troca de xingamentos é quem perde. E as cenas dos próximos capítulos? Não se pode dizer que a finalidade dos programas é inútil. Nem de longe. O que há agora é o esgotamento do modelo. O diagnóstico é esse. É necessário que se disponham de novos modos, novas regras, caminhos diferentes para que se exponham planos, haja questionamentos e que os candidatos tratem com os eleitores de maneira transparente, adulta, com a compostura que o momento exige.

Roubo a banco

A grande estrela dos debates, no modelo atual, tem sido um sujeito já processado e condenado por fraude contra idosos no sistema bancário. Chama-se Pablo Marçal (acima, com Jair Bolsonaro), candidato a prefeito pelo PRTB – partido que, segundo os adversários, foi tomado por interesses nada republicanos. Não só. Ele tem agora as redes sociais vetadas pela Justiça Eleitoral por manipular, pagando por isso, audiências. Marçal é, ou foi, bolsonarista convicto.

Enredo
O que Pablo Marçal tem dito e feito dentro e fora dos debates em São Paulo é motivo de sobra para que já tivesse saído das emissoras num camburão da Polícia. Há uma fileiras de delitos cometidos. De injúria e difamação a confissão de crimes. Mas note-se: Marçal está desempenhando papel de destaque no assalto à democracia que começou em 2018 e obteve força incomum em 8 de janeiro de 2023.

Frente a frente
O Ministério da Educação e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Luso-Brasileira (Unilab) realizam hoje na Assembleia Legislativa do Ceará o II Simpósio Internacional dos Países Lusófonos em Saúde (Simpaluso). O primeiro evento do gênero foi realizado em 2022, em plena pandemia da covid-19. Em formato online.

Temas
Estudantes de graduação e de cursos técnicos, alunos de pós-graduação e profissionais podem participar do Simpaluso. As áreas temáticas definidas para o evento incluem abordagens pra lá de atuais, como gênero, etnia, violência e saúde mental.

Maria da Penha

O ministro da Educação, Camilo Santana (foto acima), anunciou a criação do selo Maria da Penha. A iniciativa vai premiar experiências pedagógicas sobre gênero e direitos humanos nas escolas do País. O foco são a proteção e a garantia de meninas e mulheres. O selo terá investimento da ordem de R$ 2,5 milhões. É uma pauta de profunda importância educacional, política e social.

Caucaia fabril
A deputada Emília Pessoa (PSDB) apresentou na Alece projeto em que propõe a criação do Centro Industrial de Caucaia. A matéria prevê parcerias com o setor privado e órgãos públicos. E trata, entre outros, de aspectos como qualificação de mão de obra, modernização de procedimentos e de articulações entre estado, município e união.

A hora é essa
Emília agora é a candidata tucana a prefeita de Caucaia. A proposta bem que poderia ser discutida mais atentamente com a comunidade e com os demais candidatos.