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Saiba como os usuários latino-americanos estão utilizando as criptomoedas

A América Latina é uma região com muitos desafios, especialmente no setor econômico, com alta desigualdade social, altos índices de analfabetismo e falta de acesso a serviços financeiros. A inflação é uma preocupação comum, com alguns países lutando contra altos índices de preços. Além disso, a instabilidade política e a corrupção podem impactar negativamente o ambiente de negócios. 

Nesse cenário, as criptomoedas são uma opção, já que as dificuldades políticas e financeiras da região tornam a blockchain uma solução prática.  De acordo com o relatório da Chainalysis de 2023, Brasil, Argentina e México estão entre os 20 principais países em termos de adoção de criptomoedas. Juntos, foram responsáveis por mais de 7% de todas as transações de criptoativos realizadas entre 2022 e 2023. Além disso, a região se destaca por sua alta participação do setor varejista no mercado de criptomoedas, superando outras partes do mundo.

Na Argentina, o uso de criptomoedas tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionado por uma combinação de fatores econômicos e sociais. A alta inflação e a instabilidade econômica têm levado muitos argentinos a buscar formas alternativas de proteger seu patrimônio e preservar seu poder de compra. Além disso, a falta de confiança no sistema bancário e o controle de capital impostos pelo governo incentivam o uso de criptomoedas como uma alternativa para transações e investimentos.

Na Venezuela, o uso de criptomoedas tem se intensificado como uma resposta direta à crise econômica e à hiperinflação que afeta o país. Com uma economia em colapso e uma moeda nacional, o bolívar, que sofre com uma desvalorização extrema, muitas pessoas e empresas recorreram às criptomoedas como uma alternativa para preservar seu poder de compra e realizar transações. O uso não é restrito a indivíduos, por isso muitas empresas também começaram a aceitá-las como forma de pagamento para evitar a volatilidade do bolívar.

O México possui uma infraestrutura robusta para o comércio de criptomoedas, com várias exchanges operando localmente. A regulamentação, através da Lei Fintech de 2018, oferece uma estrutura legal para as operações de criptomoedas e busca proteger consumidores e prevenir atividades ilícitas. Isso tem contribuído para o crescimento do setor no país. 

Na Colômbia, o uso de criptomoedas tem experimentado um crescimento notável, com uma adoção crescente tanto por consumidores quanto por empresas. A regulamentação de criptomoedas está em desenvolvimento e o governo tem demonstrado interesse em criar um ambiente regulatório mais claro e seguro para o setor. Em 2022, o Banco da República da Colômbia e outras autoridades financeiras começaram a explorar a regulamentação de criptomoedas e ativos digitais, com o objetivo de garantir a transparência e a proteção dos investidores.

Por fim, o Brasil lidera a adoção de criptomoedas na América Latina, classificando-se em 9º lugar globalmente. Os brasileiros demonstram alto interesse em finanças descentralizadas e outras inovações cripto, equiparáveis a regiões mais desenvolvidas como a América do Norte e o oeste europeu. Embora o entusiasmo pelas finanças descentralizadas tenha diminuído em 2023, o varejo permaneceu ativo nas negociações de criptomoedas, especialmente durante o ciclo de baixa do mesmo ano, com especulação sendo o principal caso de uso.

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