Em defesa do respeito ao que está escrito e é ensinado pelo Evangelho, um grupo de pastores atuantes em Fortaleza se manifestou ontem nas redes sociais na Internet, expondo um texto no qual alertam para a gravidade do ato que outros religiosos, comprometidos com a candidatura bolsonarista de André Fernandes (PL), cometem ao ingressar na política e tentar manipular as palavras do Livro com interesses eleitorais.
“Jesus Cristo, nosso Senhor, declarou de forma clara: “Meu reino não é deste mundo” (João 18:36). Essa verdade nos faz lembrar que o Evangelho que pregamos visa à salvação das almas e à transformação dos corações, não à tomada de poder político ou à promoção de agendas humanas”, lembram os pastores.
E acrescentam: “Reconhecemos que é lícito ao evangélico se interessar pela política, formar seu convencimento acerca do melhor candidato ou até mesmo buscar cargos públicos, pois estamos sob um regime democrático que permite essa participação. No entanto, a Escritura também nos alerta contra a tentação de usar o que é santo para interesses terrenos”.
O texto dos pastores é um duro e justo repúdio às tentativas de manobras contra o povo crente que estão partindo dos comitês de Fernandes.
Confira o manifesto:
PROCLAMAÇÃO PELA INTEGRIDADE DO EVANGELHO DURANTE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE FORTALEZA EM 2024
Nós, líderes evangélicos, movidos pelo desejo de honrar a Palavra de Deus e proteger a santidade do Evangelho, expressamos profunda preocupação com a crescente politização dos templos e do cristianismo no contexto das eleições em Fortaleza. Nossa fé em Cristo e a missão da Igreja estão acima de qualquer movimento ou interesse terreno, e assim desejamos recordar o que a Bíblia ensina sobre essa questão.
Jesus Cristo, nosso Senhor, declarou de forma clara: “Meu reino não é deste mundo” (João 18:36). Essa verdade nos faz lembrar que o Evangelho que pregamos visa a salvação das almas e a transformação dos corações, não a tomada de poder político ou a promoção de agendas humanas. Ao seguirmos o exemplo de Cristo, devemos zelar para que nossos altares permaneçam focados na pregação do amor, da justiça e da esperança, e não se tornem palanques de campanhas eleitorais.
A Escritura também nos orienta quanto ao papel da Igreja e do cristão em relação às autoridades e ao governo. Jesus disse: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21), reafirmando a separação entre o papel espiritual da Igreja e os assuntos do governo. Em Romanos 13:1, o apóstolo Paulo nos lembra que “não há autoridade que não venha de Deus”, e por isso devemos respeitar as autoridades constituídas, sem contudo misturar o sagrado com o profano.
Reconhecemos que é lícito ao evangélico se interessar pela política, formar seu convencimento acerca do melhor candidato ou até mesmo buscar cargos públicos, pois estamos sob um regime democrático que permite essa participação. No entanto, a Escritura também nos alerta contra a tentação de usar o que é santo para interesses terrenos. O profeta Ezequiel advertiu contra aqueles que “profanam meu santo nome entre o povo” (Ezequiel 36:20), e Jesus foi claro ao condenar a comercialização do templo ao expulsar os
mercadores do Templo de Jerusalém, afirmando: “A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes transformado em covil de ladrões” (Mateus 21:13).
Queremos destacar com clareza: o Evangelho do Senhor jamais será de esquerda ou de direita. Ele não serve aos interesses de ideologias políticas. Só existe um Santo dos Santos, Jesus Cristo de Nazaré, o único digno de nossa adoração e fidelidade. Não há candidato enviado por Deus e nem pelo Inferno. A escolha de nossos governantes deve ser feita com
responsabilidade e oração, mas jamais devemos atribuir caráter divino ou demoníaco a qualquer candidato, pois isso é distorção da fé.
Neste manifesto, reafirmamos que cada cristão tem a liberdade de escolher seus representantes, ou mesmo de se candidatar, conforme sua consciência e fé em Cristo. Todavia, insistimos que os púlpitos não sejam utilizados como instrumentos de apoio partidário ou eleitoral. Nossos altares são sagrados e não podem ser comercializados, pois a missão do Reino de Deus transcende qualquer sistema político ou eleição.
A fé cristã é diversa e multiforme, com muitas denominações e interpretações teológicas. Assim, é essencial que mantenhamos o respeito por essas diferenças e evitemos impor a uma congregação inteira a preferência política de um ou outro líder. A unidade da Igreja deve se manter no Evangelho e não nas escolhas eleitorais. Queremos encorajar todo cristão a orar pelos candidatos e pelas autoridades, mas sem jamais fazer do púlpito uma ferramenta de barganha eleitoral.
Que o Senhor nos dê sabedoria para discernir o tempo em que vivemos, nos capacite a manter a integridade da fé, e nos ajude a preservar a santidade dos templos como lugares de adoração, intercessão e pregação do Evangelho. Oramos para que o Reino de Deus continue sendo nossa principal busca, e que as eleições não obscureçam nossa verdadeira missão: anunciar o nome de Jesus Cristo e sua obra redentora.
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).
Subscrevem este manifesto,
Pastores Comprometidos com a Integridade do Evangelho.
Pastor Carlos Queiroz
Pastor Costa Neto
Pastor Edson Araújo
Pastor Eraldo Feitosa
Pastor Glauber Menezes
Pastor Grijalba Miranda
Pastor Israelito Almeida
Pastor Kennedy Moura
Pastor Marcílio Damasceno
Pastor Osires Junior
Pastor Paulo Maurício
Pastor Pedro Fernandes
Pastor Sandro Fiuza
Pastor Thales Lucena
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PARA VESTIR A CARAPUÇA:
O pai do candidato André Fernandes, um deputado estadual chamado Alcides Fernandes (PL), também pastor evangélico, já deu mostras de que está disposto a rasgar o Evangelho em nome dos interesses pessoais da família.
Veja abaixo como ele se comporta, deixando de lado o respeito às palavras de Jesus Cristo e o respeito aos fieis: