Da newsletter Firmina, voltada para liberdade artística, educacional e religiosa:
Especialistas apontam inconstitucionalidade nas escolas cívico-militares do Brasil em conteúdo do Centro de Referência em Ação Integral. Com base em ações apresentadas por representantes do PT e do PSOL, o ministro do STF Gilmar Mendes convocou uma sessão para discutir o Programa Escola Cívico-Militar no estado de São Paulo. O objetivo do governo de Tarcísio de Freitas é instituir de 50 a 100 escolas deste modelo no estado ao longo deste e do próximo ano, com a justificativa de incentivar disciplina e respeito aos “símbolos da pátria”.
Rodolfo de Carvalho Cabral, representante do MEC, defende que “Princípios rígidos como disciplina e hierarquia, muitas vezes, não dialogam com a estrutura democrática e inclusiva que devem permear o ensino no Brasil”.
Para a psicopedagoga e diretora do NeuroConecte Alcione Marques, durante a pandemia, os professores foram confrontados a desenvolver habilidades socioemocionais nos alunos “sem que eles mesmo as tenham”.
Essa realidade está ligada à precarização da profissão. A psicopedagoga alerta que a mudança nesse cenário vai além do autocuidado e da iniciativa individual dos próprios docentes: é importante que se preze pela melhoria nas condições de trabalho, clareza sobre o apoio da escola e da rede e possibilidade de ter diálogo e criar vínculos com colegas e alunos.
Em entrevista à Folha, Alcione afirma que as frequentes implementações de tecnologias em sala de aula sem o preparo adequado dos professores é um dos fatores que levam à sobrecarga dos docentes. As frustrações provenientes das demandas do mercado, influência dos princípios do neoliberalismo sobre as escolas privadas, são outro motivo.