Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do InvestNE:
A distribuição de tarefas no pedetismo, outrora corajosa trincheira na qual Leonel Brizola (na foto com Lula) e outros destemidos e abnegados democratas lutaram na redemocratização do País, finda a sanguinária ditadura empresarial-militar, ficou assim em Fortaleza neste começo de segundo turno:
1. André Figueiredo, presidente nacional do partido, anuncia que o PDT vai ficar neutro e, por si, diz que tomou a decisão pessoal de apoiar Evandro Leitão (PT);
2. Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza e candidato derrotado ao governo do Estado em 2022, se posiciona com André Fernandes, bolsonarista e representante do mais agudo atraso político e moral que já se viu neste País;
3. José Sarto assume posição neutra;
4. Um punhado de vereadores eleitos mas sem relevância se reúne e fecha questão em torno do fascismo;
5. Ciro Gomes não vai para Paris mas não fala nada sobre a sucessão em Fortaleza.
Uma vela é acesa para cada santo, como se percebe.
Cada um com seu cada qual, como se diz, tentando garantir para todos, qualquer que seja o resultado deste segundo turno, a possibilidade de nesgas do poder em Fortaleza.
Morte horrível, essa que se está impondo ao PDT!
Amorfos, distantes dos ideais que iniciais e mais longe ainda das necessidades e expectativas populares, os despojos da sigla escorregam do cadafalso sob a mais lastimável covardia política.
Em vez de se assumir como partido de inteligências e ousadias, no qual se abrigaram nomes o próprio Brizola, além de Darci Ribeiro, Flávio Torres, Miguelina Vecchio, Alceu Colares, Susana Thompson Flores Pasqualini, Heitor Férrer e Mariano de Freitas, o PDT veste como mortalha uma farda integralista desprovida de cor e brilho.
Na trágica aritmética do fim do PDT o balanço de perdas e ganhos aponta para a falência moral.