Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:
Enganou-se quem achou que André Fernandes havia “batido no teto” das intenções de voto – eu, inclusive. A pesquisa Datafolha, penúltima antes das eleições, divulgada hoje (quarta, 25.7) pelo jornal O Povo, mostra que o candidato bolsonarista subiu dois pontos em relação à sondagem anterior, datada de 11 a 13 deste mês. Com avanço muito mais expressivo, o petista Evandro Leitão agregou seis pontos percentuais às manifestações positivas do eleitor.
O que fez André crescer tanto? Afinal, ele quase não apresenta propostas e as poucas que cita, como o fim da Zona Azul, a limitação de ciclofaixas e a militarização pesada da Guarda Municipal, carecem de substância, pertinência e inteligência. Você viu o candidato do PL falar sobre educação? Apresentar números do ensino? E sobre transporte público, disse algo? E sobre atenção a idosos? E sobre infraestrutura? E desenvolvimento econômico? Não se avexe: ninguém viu.
Você viu André aparecer outra vez (ou outras vezes) com o controlador político da direita-extrema, Jair Bolsonaro? Algum adverário se envolveu em escândalo? Deu declaração desastrosa? Pois é… nada!
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Ele tomou eleitores do Capitão Wagner (UB)? É possível que sim, mas não na dimensão que se poderia supor – o ex-deputado caiu seis pontos, afinal, enquanto André subiu os já citados dois pontos.
Essas lacunas tornam bastante intrigantes a assunção e a manutenção do ex-youtuber no topo, ainda que em patamares mais modestos (mesmo percentual, por exemplo, do inexpressivo Luís Eduardo Girão, o “Girón”, que também subiu dois pontos, conforme o Datafolha).
De todo modo, a pesquisa ao menos pode ser indicativo do fim dos sonhos de Wagner e do prefeito José Sarto (PDT).