Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:
A Avenida Beira Mar, referência de Fortaleza, foi tomada por mulheres no último fim de semana. A maioria vestia vermelho e carregava o número 13 estampado em blusas e adesivos. Era um grande esforço feminino para, politicamente, se firmar e repudiar discursos misóginos, agressivos, mal-educados e claramente ilegais que têm marcado a candidatura de André Fernandes (PL), representante do sistema que torna iguais Jair Bolsonaro, Tasso Jereissati e Ciro Gomes.
Já faz algum tempo que a onda feminina vem ditando ritmo, com humor, respeito, atenção e firmeza, aos sentidos tomados pelas campanhas em Fortaleza. Mulheres não aceitam serem destratadas, excluídas, humilhadas – e é bom que seja assim. “Nenhum direito a menos”, é a fala que as conduz.
Um coletivo de cantoras e atrizes também tem se manifestado nas redes sociais. Esse belo videoclipe vem ganhando visualizações em plataformas distintas.
E o que fez o comitê de André Fernandes?
Os “sábios” marqueteiros – que até uma crise dentro do glorioso Fortaleza Esporte Clube criaram – trajaram o candidato com uma camisa cor-de-rosa, como se isso tivesse algum significado prático, político ou cultural além do oportunismo.
Ressuscitaram, na verdade, a patética performance de “menino veste azul, menina veste rosa” encenada pela então ministra Damares Alves, figura tão politicamente perigosa quando histriônica. Naquela ocasião, Damares só conseguiu ser ridicularizada com a patacoada, assim como colocou mais um tanto de cal na cova do bolsonarismo.
Depois, repetiram no programa eleitoral vídeo em que a esposa de André Fernandes pede votos e orações para o marido – o vídeo em que os dois passeiam por Nova York, após irem “denunciar” o Brasil à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, fica de fora de declaração da moça.
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Fato: André conseguiu formar uma barreira forte contra os ataques que comete – uma barreira organizada, solidária e inteligente, com mulheres e homens democratas fortes e decididos.