Por Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:
A ainda deputada federal Carla Zambelli (PL), eleita em 2022 por 946.244 paulistas apoiadores do que pode haver de mais antidemocrático e mais antipovo, está passando por poucas e boas. É pouco e é bom. Foragida na Itália, tem tudo para ser enjaulada nesta semana – depende muito de a Interpol atender o pedido do governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores e da Polícia Federal, após solicitação do Supremo Tribunal Federal. A operação e a burocracia são complexas, vê-se.
Carla choraminga nas redes sociais e diz que está sendo perseguida pelo ministro Alexandre de Moraes – logo ela, que, armada com pistola potente, perseguiu e ameaçou um homem negro em ruas paulistanas.
Figura proeminente do bolsonarismo, casada com um coronel reformado da Polícia Militar do Ceará que ambicionou ser prefeito do próspero município cearense de Caucaia, tendo de se contentar com o cargo de secretário de Segurança Pública da cidade, Carla tenta se vitimizar a cada inserção que faz em plataformas várias.
A fugitiva, já condenada a 10 anos de xilindró por ter invadido o sistema de computadores do Conselho Nacional de Justiça e por ter tentado desmoralizar a instituição, tem, afinal todos os argumentos para lamentar o beco sem saída em que se meteu.
Ela foi abandonada pelo fascismo verde-amarelo, ao qual serviu fielmente. Está sentido o gosto do veneno que ajudou a espalhar pelo País.
Jair Bolsonaro, o líder que a estimulou na delinquência, não abre mão de abandonar os que se podem chamar de “soldados feridos em batalha”. Fez assim com Gustavo Bebiano, Roberto Jefferson, Fabrício Queiroz, Wilson Witzel, Marcelo Crivella, Sara Winter, Daniel Silveira, Flordelis, Pastor Everaldo, Oswaldo Eustáquio, Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Adriano da Nóbrega, Ronnie Lessa, João Dória, Débora (do batom) Rodrigues, Cleriston Pereira da Cunha (o vulgo “Clezão”, que morreu na cadeia) e todo o restante do gado que estimulou a cometer o golpe de 8 de janeiro de 2023.
Autodeclarada “ex-funcionária da consultoria KPMG”, ativista do grupo neonazista feminino Femen e zeladora de banheiros químicos instalados na Avenida Paulista nas manifestações que fundamentaram o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), Carla está só esperando o toc-toc-toc da Interpol na esconderijo em que se encontra.
Tchau, querida! Essa é a sua vez de conhecer o inferno da traição e do abandono.
Se tiver sorte, pode se tornar, merecidamente, personagem do “humor” asqueroso de bolsonaristas do calibre de Leo Lins, o propagador de discursos de ódio condenado a oito anos de prisão.