Museu da Imagem e do Som do Ceará tem programação para o mês da Consciência Negra

O MIS irá realizar espetáculo musical com Anelis Assumpção, além de oficinas e falas abertas

Para marcar o mês da Consciência Negra, o Museu da Imagem e do Som promove ao longo do mês de novembro uma programação especial relativa à temática. No dia 10, acontece uma oficina de autorretrato com Jane Batista e uma fala aberta sobre fotojornalismo com Mariana Parente. No dia 16, será realizada uma oficina de colagem com Alexia Ferreira e uma fala de Anelis Assumpção sobre o Museu Itamar Assumpção. Já no dia 17, Anelis fará o show “Pitada de sal”. Todos os eventos são gratuitos. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.

As atividades programadas para o Mês da Consciência Negra têm forte conexão com a temática racial e cultural. A palestra com Anelis Assumpção sobre o MU.ITA destaca a importância da preservação da memória de Itamar Assumpção, um artista negro cuja obra e legado desafiam a invisibilidade histórica enfrentada por muitos artistas afro-brasileiros. A oficina de colagem com Alexia Ferreira incentiva a auto identificação e a valorização da experiência negra, promovendo um diálogo sobre as vivências e a resistência. Já a oficina de autorretrato com Jane Batista oferece uma oportunidade de autodescoberta e expressão da identidade, fundamentais para a afirmação de corpos racializados. Por fim, a fala aberta sobre fotojornalismo com Mariana Parente ressalta o papel da fotografia na construção de narrativas que refletem a diversidade cultural e social do Brasil, crucial para a luta por representatividade e justiça.

Oficina de Autorretrato com Jane Batista

A oficina de Autorretrato com Jane Batista integra a programação da Feira da Fotografia realizada mensalmente pelo MIS. A ação oferece uma imersão na fotografia como meio de auto descoberta e expressão pessoal. Dividida em três etapas – Autobiografia, Descoberta da Autoficção e Autoficção –, a atividade convida os participantes a explorarem sua identidade e criatividade através do uso de recursos simples e pessoais, como tecidos, espelhos e objetos cotidianos. Desde a captura do autorretrato até a edição das imagens, os participantes descobrem como expressar sua essência e história, transformando medos, sonhos e incertezas em arte. Ao final, cada um terá uma sequência de três imagens que revelam diferentes facetas de si mesmo, promovendo autoconhecimento e estimulando novas perspectivas sobre o próprio ser. A oficina acontece no dia 10 de novembro (domingo), das 13h às 16h, na sala multiuso (andar -1 do Anexo). Estão sendo ofertadas 20 vagas e as inscrições devem ser feitas neste link.

Jane Batista, nascida em 1975 em Piripiri, Piauí, é fotógrafa performática e poeta de origem afro-indígena, vivendo e trabalhando em Fortaleza, Ceará. Desde 2020, dedica-se à fotografia de forma autodidata, utilizando exclusivamente o telefone móvel para capturar e editar suas imagens. Através de experimentações com o autorretrato, encontrou uma forma de expressão e refúgio para suas fantasias, medos e sonhos, usando o próprio corpo e objetos do cotidiano para explorar sua identidade. Seu trabalho reflete questões de gênero, raça e classe, revelando múltiplas facetas do ser feminino, preto e periférico. Além disso, retrata paisagens e personagens do litoral urbano de Fortaleza, especialmente na praia do Titanzinho, onde reside. Desde 2020, integra o grupo de mentoria “Sol Para Mulheres”, voltado para fotógrafas e artistas visuais, sob a liderança de Patrícia Veloso.

Fala Aberta sobre Fotojornalismo com Mariana Parente

A fala aberta sobre fotojornalismo, também parte da programação da Feira da Fotografia, trará uma reflexão profunda sobre a prática de capturar histórias através das lentes, com ênfase no papel do fotojornalista na construção de narrativas visuais impactantes. O público terá a oportunidade de explorar os desafios de cobrir eventos em tempo real, a necessidade de precisão e sensibilidade na hora de registrar o momento certo, e a importância da fotografia como ferramenta de documentação histórica e social. A experiência será enriquecida com relatos sobre o cotidiano do fotojornalista, os dilemas éticos da profissão e as nuances que envolvem o trabalho em diferentes contextos, desde eventos culturais até reportagens de grande alcance.

A discussão também abordará as transformações no mercado de trabalho fotográfico, o impacto das novas tecnologias e a relevância do fotojornalismo em tempos de sobrecarga de informações visuais. Com uma abordagem prática e vivencial, a fala proporcionará ao público uma visão ampliada sobre o processo criativo e técnico por trás das imagens que informam e emocionam. A participação ativa em diversas frentes da fotografia, como exposições, eventos culturais e espetáculos teatrais, também será ponto de partida para discutir as possibilidades e os caminhos profissionais dentro do universo fotográfico. A fala acontecerá no dia 10 (domingo), às 16h30, na praça do MIS.

Mariana Parente ingressou no curso de Jornalismo, na Estácio, em 2010 e se aprofundou na área da Fotografia, onde se apaixonou pelo fotojornalismo. Fez diversos cursos de fotografia, dentre eles o da Escola Travessa da Imagem. Já fez ensaios fotográficos, eventos e aniversários. Fez estágio na Hokma Comunicação e depois no jornal O Povo, quando teve uma foto publicada no New York Times. Foi fotógrafa do Museu da Fotografia de Fortaleza, onde também ministrou oficinas. Vem atuando como fotógrafa autônoma, registrando eventos, espetáculos teatrais, retratos e ensaios fotográficos individuais.

Oficina de colagem com Alexia Ferreira

A oficina faz parte de um projeto de arte-educação e tem como busca um resgate criativo a partir de fases da infância, utilizando colagem e fotografia para a criação de poéticas racializadas. O objetivo principal da oficina é a junção de brincadeira como forma de fazer arte e que a arte feita vire brincadeira para além do ambiente da oficina, junto com as pessoas do seu próprio convívio social. A ideia primária é que as pessoas tenham uma oficina de foto-colagem, observando o conteúdo que pré-existe na fotografia e o que ela venha a se tornar após a construção da colagem, partindo de uma observação de imagens e como se identificar com elas, analisando a poética de cada fotografia para se ter uma auto identificação no seu resultado final. Após isso, a ideia é que tenha uma conversa sobre vivências de um corpo negro para além de sentimento de auto ódio, trazendo também o debate em sua poética sobre como é preciso que se crie uma visão de corpos racializados para além de apenas suas dores, já a parte final da oficina é voltado para como vamos construir um tipo de brincadeira com as artes feitas, tendo como ideia final as crianças levaram pra casa uma nova brincadeira. A oficina acontece no dia 16 de novembro (sábado), das 15h às 18h, na sala multiuso (andar -1 do Anexo). Estão sendo ofertadas 20 vagas e as inscrições devem ser feitas neste link.

Alexia Ferreira é artista plástica, formanda em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará-UECE, e se expressa artisticamente através da colagem e da fotografia. Além de artista, ela desenvolve atividades em arte educação a partir de mediações; participou do Laboratório de Artes Visuais da Escola Porto Iracema Das Artes e também do Salão de Abril na Casa Barão de Camocim. Fez também residência artística no Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes.

Mesa sobre o Museu Itamar Assumpção + show “Pitada de sal” com Anelis Assumpção

É no palco que a magia de Anelis acontece. Nesse show especial, onde ela canta canções autorais e também do seu pai, Itamar Assumpção, ela nos mostra a potência das palavras que correm soltas nas veias da família. Ela abre sua passagem pelo MIS Fortaleza no dia 16 de novembro (sábado), com uma fala sobre o MU.ITA, o Museu Itamar Assumpção, do qual ela é diretora geral. A fala acontece a partir das 18h, na praça do MIS.

Anelis também tem trabalhado pela valorização e resgate de memórias negras, e é deste lugar que ela faz um show especial no dia seguinte, 17 de novembro (domingo), às 18h30, na praça do MIS. Acompanhada dos parceiros Saulo Duarte, na guitarra, e Edy Trombone, no trombone e percussão, ela traz sua voz para o deleite de Fortaleza.

Anelis Assumpção convive desde sempre com a música, seja acompanhando a banda do pai, Itamar Assumpção, ou integrando a Banda Dona Zica, forte referência da nova música paulistana. Já lançou 4 discos autorais: ‘Sou Suspeita, Estou Sujeita, Não Sou Santa’; ‘Amigos Imaginários’; ‘Taurina’ e ‘SAL’. Anelis também é Diretora Geral do Museu Itamar Assumpção e seu livro, ‘Serena Finitude’, foi eleito um dos 30 melhores livros infantis de 2022.

Serviço:

Oficina de Autorretrato com Jane Batista
Data: 10 de novembro (domingo)
Horário: 13h às 16h
Local: Sala Multiuso
Vagas: 20
Inscrições: neste link
Acesso gratuito

Fala Aberta sobre Fotojornalismo com Mariana Parente
Data: 10 de novembro (domingo)
Horário: 16h30
Local: Praça do MIS
Acesso gratuito

Oficina de colagem com Alexia Ferreira
Data: 16 de novembro (sábado)
Horário: 15h às 18h
Local: Sala Multiuso
Vagas: 20
Inscrições: neste link
Acesso gratuito

Mesa sobre o Museu Itamar Assumpção com Anelis Assumpção
Data: 16 de novembro (sábado)
Horário: 18h
Local: Praça do MIS
Acesso gratuito

Show “Pitada de sal” com Anelis Assumpção
Data: 17 de novembro (domingo)
Horário: 18h30
Local: Praça do MIS
Acesso gratuito

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