Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:
Dos candidatos a prefeito de Fortaleza no primeiro turno, José Sarto (PDT, foto), que buscava a reeleição, foi o único em condições não apenas de apresentar propostas, mas também de expor o que havia realizado na gestão. Isso é até óbvio, dadas a condição e a posição em que se encontrava. Mandatos são assim mesmo. Sarto levou pancadas dos adversários, é fato, mas fez o que lhe cabia – o candidato André Fernandes (PL) chegou a dizer que todos os problemas de Fortaleza existem por “culpa do Sarto”.
Assim como Sarto, o vice-prefeito, que foi candidato ao mesmo cargo, Élcio Batista (PSDB), um intelectual com trânsito livre em várias vertentes políticas e ideológicas, pôs na vitrine da eleição 2024 uma série de ideias, muitas das quais voltadas para o campo das juventudes.
O prefeito José Sarto também teve a possibilidade de escapar da polarização política e ideológica que vem marcando o País inteiro. Não é lulista nem bolsonarista, o que rendeu a ele alguma independência estratégica – nem mesmo cirista pode-se dizer que ele é, embora contasse com o apoio do ex-ministro Ciro Gomes.
Por isso, vem agora – neste comecinho de segundo turno entre Evandro Leitão (PT) e André Fernandes – pairando acima de querelas. É importante e positivo para o político Sarto que as coisas se aprumem assim. Sobretudo, porque tornou-se líder de um grupo que precisa no momento de direcionamento – vai para a esquerda/centro, representada por Lula e Leitão, ou para a extrema e lunática direita, onde estão Jair Bolsonaro e Fernandes?
O grupo do prefeito Sarto tem importância e valor incontestáveis no cenário das eleições. Primeiro, porque representou cerca de 11% dos votos no turno inicial. Depois, porque tem muita expressão social na bancada de sete parlamentares que formou para a Câmara de vereadores.
José Sarto e Élcio são, sem dúvida, nomes que podem definir o jogo.